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Cartas-->Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal... -- 12/05/2005 - 11:40 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Você é daqueles que tem uma fé do tamanho de um grãozinho de mostarda?
É?!
Então, meu camaradinha, ponha em ação todas as suas rezas, incensos, amuletos, rosários, todos os versículos bíblicos, e o que mais puder.
Sim...
A coisa anda mesmo de negra a nigérrima!
É bala de escopeta que, não tendo direção certa, acaba por matar qualquer inocente que lhe apareça pela frente. E quanto mais jovem, melhor; se criancinha ou universitário, melhor ainda. Parece que o projétil prefere gente sadia, boa e produtiva. Sim, pois a bandidagem anda à solta por aí, em qualquer lugar e, por incrível que pareça, poucos morrem! Devem ter feito pacto com o demo, naturalmente. Melhor dizendo, devem ser o próprio diabo.
Dias atrás, uma conhecida perdeu o filho, de vinte e sete anos, vitimado por um desses canhões que os gângsteres roubam de alguma base militar, ou encomendam dos terroristas, sei lá... O que sei é que há uma mãe desesperada pela perda de um filho na flor-da-idade. O rapaz cumpria sua ronda policial e, sabe como é, bandido não tolera cidadão que cumpra seu dever e o incomode nos seus “afazeres diários”... Daí, lascou-lhe uma rajada de tiros.
Sei não... A coisa parece que pega mais, quando acontece com alguém pertinho da gente, para dar veracidade à horrenda ficção de bandido e mocinho. A cidade virou campo de batalha; não aquela que, sem nenhuma razão se justifica pela restauração da ordem, ou pela paz. Não! É uma guerra, sem farrapos, e que estraçalha os corações de pai, mãe, irmãos e amigos... Uma guerra em que os guerreiros, por falta de força oponente, vão criando asas cada vez mais amplas.
O mundo está em horror... Ninguém se move, pois os que governam têm seus rabos presos nos cofres do bando, ou fazem parte dele, talvez.
E o que há algum tempo era horripilante ganha ares de rotina, de normalidade.
O caos estabelece-se com a afável conivência das autoridades. Ninguém das alturas toma a menor providência.
E o povo caminha. Tonto. Famigerado, à procura de um pouquinho de conforto, na esperança de dias mais calmos.
O núcleo do mal sobe a favela, invade casinhas simples, aterroriza seus usuários e instala sua base de comando.
E de lá, do alto escalão, bem pertinho do céu, dá suas ordens. E sua vista maldosa brilha com a arena de sangue que faz alastrar-se a cada dia.
A mulher simples, de avental imundo, passa a mão na testa suada e sussurra:

- “É a vida!”...

- Ou será a MORTE?

E eu aproveito o ensejo, para dizer a essa mãe uma palavra de conforto, compadecida, que junta seu grito a tantas outras mães:

de Acari,
da Candelária,
de Nova Iguaçu...

E às mães de todos os recantos onde a violência crassa, das mãos de seus algozes, vai se alastrando permissivamente nesta "Terrinha de Santa Cruz".


Milazul















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