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cronicas-->Quatro nomes, dois estilos! -- 03/09/2009 - 23:04 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quatro nomes, dois estilos
Carlos Claudinei Talli


Johan Cruyf, Ademir da Guia, Zinedine Zidane, David Beckham. O que esses quatro nomes teriam em comum?

Épocas diferentes, configurações táticas diferentes, entretanto, dois a dois, muita coisa em comum.

Os quatro formam dois pares distintos: Johan Cruyf e David Beckham; Ademir da Guia e Zinedine Zidane.

Apesar de os dois primeiros terem sido jogadores numa outra época, verdadeiras lendas vivas dentro do futebol, e os outros estarem simplesmente entre os maiores craques contemporàneos - Zidane, inclusive, na nossa opinião, foi o maior que surgiu nos últimos 20 anos -, vou usar os verbos no presente, pois Cruyf e Ademir da Guia, na nossa memória, ainda continuam a nos deslumbrar com suas jogadas inesquecíveis.

Os do primeiro par enquadram-se no perfil que convencionei chamar `jogador total´, aquele que defende, arma e ataca com a mesma eficiência. A qualidade principal de ambos é a virada de jogo com lançamentos longos e extremamente precisos.

Há alguns meses, inclusive, no jogo Lázio 0 x Milan 2, David Beckham, já em final de carreira, muito abaixo do que já foi, fez dois cruzamentos com a mão que resultaram nos dois gols milaneses. E lançamentos como esse ele os faz com uma frequência impressionante.

Porém, mesmo com toda a admiração que nutro pelo futebol desse grande jogador inglês, tenho certeza que Cruyf foi muito melhor. Aliás, considero-o, depois do extraterrestre Pelé, entre os seres humanos normais, o melhor de todos. Ele era mais habilidoso e tinha muito mais liderança que Beckham e, quando partia para o ataque, era muito mais incisivo e decisivo. Foi o grande responsável pela criação de uma nova e revolucionária leitura desse esporte: o `carrossel holandês´, também chamado `a laranja mecànica holandesa´.

Se esquecermos essas vantagens que Johan Cruyf sempre mostrou, o futebol dos dois tem muita semelhança.

O segundo par é formado por jogadores cuja característica principal é o refinamento.

Ademir da Guia e Zinedine Zidane mantêm com a bola uma intimidade impressionante. Eles conversam com ela, e ela obedece às suas ordens, parecendo mesmo um ser pensante, com sentimento e emoção. No futebol dos dois tem hora pra tudo: hora de jogo rápido, hora de jogo cadenciado, hora de jogo sério, hora de jogadas de efeito, entretanto, tudo feito na hora certa, e sempre de uma maneira refinada. Por exemplo: uma `matada´ de bola no peito de qualquer um dos dois não significa que ela morre. A bola apenas adormece, para, em seguida, acordar alegre como que saindo de um sonho mágico. E ela não adormece apenas quando toca o peito deles. Se ela bate nas costas, na canela, no joelho, na orelha ou em qualquer outra parte do corpo, simplesmente se aquieta, como uma criança quando se aproxima do seio materno. Às vezes, dá a impressão de que eles conduzem demais a bola. Engano absoluto. Ela que não os quer deixar. Tal o amor que lhes devota. E se vocês imaginam que por todo esse refinamento o jogo desses dois monstros sagrados se torna ineficiente, se enganam mais uma vez. Poucos jogadores na história do futebol foram tão eficazes. Mesmo sendo meias-armadores, sempre marcam muitos gols. Sem eles, os times pelos quais passaram não teriam sido os mesmos. Outros jogadores poderão até substituí-los, no entanto, sempre alguma coisa ficará faltando.

Esse artigo é uma singela homenagem a quatro dos maiores jogadores que vi jogar, e que muitas vezes não foram - ou não estão sendo - reconhecidos da maneira como mereciam. Três deles, simplesmente, porque nunca foram campeões mundiais pelas suas seleções. Acredito que o mesmo teria ocorrido com Zinedine Zidane se, em 1998, na Copa da França, os ventos não tivessem soprado a seu favor.

Falando nisso, coisa semelhante aconteceu com a exuberante geração de jogadores que participou da seleção brasileira de 1982. Vocês já imaginaram o que hoje estariam falando de Leandro, Oscar, Luisinho, Júnior, Falcão, Cerezo, Sócrates, Zico e Eder, se esses estupendos craques tivessem ganho a Copa do Mundo da Espanha?

Infelizmente, o `se´ não joga e não consegue mudar o resultado de uma partida, quando o Sr. `Sobrenatural de Almeida´ resolve entrar em campo.


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