Usina de Letras
Usina de Letras
158 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62213 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50606)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140798)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->A volta do belo futebol - Parte II -- 10/09/2009 - 10:49 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A volta do belo futebol - Parte II
Carlos Claudinei Talli

No artigo anterior, escrevemos que o aumento da velocidade dos jogadores fez com que o espaço de jogo diminuísse, indiretamente, para um terço do que era na década de 70. Aconteceu, aproximadamente, como se 22 jogadores tivessem sido colocados num campo de futebol soçaite, para disputar uma partida de futebol. Com isso, o desempenho dos grandes craques ficou prejudicado, e o futebol se tornou o paraíso dos jogadores menos dotados tecnicamente. Como consequência, esse esporte se tornou um jogo horrível de ser assistido.

O que poderia ser feito para reverter esse quadro? Esse vai ser o tema analisado a seguir.

A única regra importante, com resultados extremamente positivos, que a FIFA conseguiu introduzir desde que o futebol veio ao mundo, foi a que impediu o goleiro de pegar a bola com as mãos quando essa lhe é atrasada intencionalmente. A famosa cera praticamente desapareceu. Nenhuma outra mudança substancial essa jurássica entidade foi capaz de criar e pór em prática.

Vamos tentar preencher a omissão da FIFA e pensar quais outras alterações poderiam ser instituídas para recuperar a plasticidade perdida.

Em nossa opinião, apenas três regrinhas e uma atitude seriam suficientes para resolver 90% dos problemas enfrentados pelos grandes craques do futebol. Inclusive, as quatro sugestões já foram pensadas isoladamente. A novidade é que elas devem ser postas em prática ao mesmo tempo. Aí vão elas:

1ª - Recuar a linha de impedimento, que hoje é a do meio de campo, para a da grande área. Isso, aliás, já foi experimentado com sucesso durante algum tempo no campeonato paulista de aspirantes. Essa mudança impediria que os quatro zagueiros se adiantassem com o objetivo de provocar situações de impedimento para os atacantes adversários e, em decorrência, grandes vantagens surgiriam como efeitos colaterais.

Os espaços para que os verdadeiros craques pudessem desenvolver o dom natural que possuem seriam ampliados e, com isso, livrar-nos-íamos dos famosos `cabeças de bagre´, tanto dos volantes-brucutus quanto dos famigerados alas. Esses, como não poderiam mais se mandar para o ataque, voltariam a ser simplesmente laterais, e a função de atacar seria deixada para jogadores mais competentes. E os brucutus, com o aumento indireto do espaço de jogo, não teriam fólego suficiente para continuar usando a violência para acabar com a criatividade dos mais capazes. Simplesmente teriam de ser substituídos pelos antigos volantes tipo Beckembauer ou Falcão. O que vocês acham, seria um ganho ou uma perda essa troca?

2ª - Reduzir para dez o número de jogadores de cada time. Essa medida reforçaria a eficácia da anterior, pois também contribuiria para aumentar os espaços a serem utilizados pelos foras de série. Além disso, se apenas a 1ª regra fosse introduzida, muito provavelmente os times mais fracos, impedidos de adiantarem seus zagueiros, recorreriam a uma retranca ainda maior. Com a diminuição do número de jogadores, esse procedimento se tornaria praticamente impossível, pois faltaria cobertor para que o time se defendesse com 10 e ainda criasse os contra-ataques necessários. Ele - o cobertor - ficaria extremamente curto.

3ª - Proibir terminantemente o famigerado e criminoso carrinho, tanto por trás, como pela frente e também pelos lados. Futebol tem que ser jogado em pé. Quem sabe joga, e quem não sabe bate palma no meio da torcida, vira gandula ou vai praticar luta livre, vale-tudo ou outro esporte cujas regras permitam rastejar pelo chão!

Finalmente, a atitude: fiscalizar o funcionamento das tais `escolinhas de futebol´, que incutem na cabeça de crianças de cinco a seis anos comportamentos táticos que inibem completamente o desenvolvimento do dom natural, próprio daqueles que no futuro se transformariam nos craques geniais. Antes de aprenderem táticas mirabolantes, os garotos têm que passar obrigatoriamente pelo saudável estágio de `peladeiro´. Tem-se que impedir a ação predatória dos `professores´, que muitas vezes transformam possíveis meias-armadores com potenciais incríveis, em medíocres alas ou em volantes-brucutus, totalmente robotizados.

Com essas quatro mudanças simples o futebol não seria descaracterizado, argumento muito usado para não se fazer nenhuma alteração substancial, e voltaria a ter a beleza e a plasticidade das décadas de ouro.

Será que a jurássica FIFA teria vontade política para implantá-las?

Duvido!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui