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Cronicas-->PORQUE NÃO HÁ MAIS SAMARITANO -- 11/09/2009 - 14:20 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uns dizem: Fazer o bem, não olhar a quem; outros, fazer o mal, não olhar a qual. E assim, por causa desta última premissa, não há mais samaritano.

Certa vez, Miguilim foi chamado a ajudar um casal que tinha uma filhinha de seis meses. Eles não tinham o que comer, moravam num ponto comercial desativado, cedido por parentes.

Eram doze metros quadrados ( 3x4 m). Na frente, uma porta de aço, constantemente fechada e na lateral, uma porta estreita dava acesso a um cómodo que servia de cozinha e dormitório.

Informado das condições precárias daquela família, Miguilim colocou um quarto de salário mínimo num envelope, formou uma cesta-básica apanhada em sua despesa, convidou a esposa e foi visitar o casal.

O dinheiro seria dado à mãe, para comprar o leite da criança, afinal, não podia oferecer uma variedade de laticínio que não fosse adequado à idade da menina...

A cena encontrada não era diferente daquela que antes lhe descrevera um tio afim: uma mulher pálida, bem descorada, segurava nos braços uma criança excessivamente branca...

O homem era quase um espantalho: os baços finos e ombros estreitos, pareciam um cabide destinado a pendurar camisas...

Feita a entrega de alimentos e do dinheiro, os visitantes se retiraram. Enquanto isso, Miguilim pensava numa forma de conseguir emprego para aquele desafortunado pai de família.

Nisso, lembrou-se de um amigo, dono de uma construtora. Vou falar com Wanderley - pensou.

O emprego conseguido foi de guarda-norturno, por um período de quatro meses e sem carteira assinada, pois segundo alegação do construtor, a obra estava quase pronta e seria entregue brevemente aos novos proprietários.

Tudo combinado, Miguilim assinaria a carteira profissional de Gê, recolheria FGTS e INSS e seu Wanderley pagava o salário. Gê aceitou as condições, pois estava desempregado há muito tempo...

Ora, Miguilim precisava requerer o "habite-se" de sua casa e faltava exatamente comprovar o recolhimento previdenciário de um servente de pedreiro, para fechar os cálculos da construção.

Gê começa a trabalhar. Tudo registrado no livro de empregados com tinta e papel, na forma da lei.

A partir do terceiro mês de trabalho, a constante visita de Gê à residência de Miguilim, lhe pareceu estranha... todo domingo recebia a visita do guarda-noturno da construção da ENGAST, sempre para falar mal de Wanderley.

- Ele não está te pagando?

- Está, mas já avisou que só até o mês que vem!

- Mas foi combinado assim mesmo. O serviço duraria apenas quatro meses.

- Aquele homem não presta - disse finalmente Gê.

Terminado o contrato, com baixa na carteira e, efetuado o acerto, Miguilim foi intimado pelo Ministério do Trabalho,a pedido de Gê, para pagar horas-extras, adicional noturno e as multas decorrentes.

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