Encontrei o atual diretor do DNIT em Rondônia, companheiro Odair Cordeiro. Lance rápido de restaurante. O companheiro era também um dos alunos do curso de Jornalismo da Faro, e perguntei sobre a BR-364. O franzir de sobrancelhas do companheiro me confirmou o que os caminhoneiros dizem por todo o percurso: está ruim.
O governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso andou privatizando umas estradas no Sul e Centro-Oeste. Pedágios mil e qualidade relativa, mas os postos de pedágio foram muito bem construídos, funcionam direitinho na tarefa de arrecadar os valores.
No Norte-Nordeste mais consumidor do que produtor de bens industrializados a sina dos buracos federais acompanham os incautos motoristas que insistem em residir e trafegar pelas paragens.
Dinheiro? Onde? Como é que vai ficar o companheiro Odair nos próximos meses? Já tem cabelos brancos, talvez sumam, como fizeram os meus, adepto de profissões estressantes.
A BR-364 é santo e demônio para os cidadãos. É a estrada que sustenta o PIB de Rondônia e Acre, e é maldita por ser fora do grande eixo econômico que poderia despertar os urubus dos pedágios.
Está sujeita aos ditames do ministro Palocci e seus objetivos de manter superávit primário e outras coisas relacionadas ao equilíbrio orçamentário de um país que se enroscou nos compromissos com o FMI.
O trecho metropolitano da BR-364 é ruim, com panelas perigosas para os motoristas. Mas quem anda pelo interior sabe que existem coisas piores. Tomara que Cordeiro e Fátima Cleide sensibilizem os ministros que liberam a verba para consertar a rodovia, que pela importância deveria ser duplicada.
Depois, mas isto não é com o companheiro, eu quero saber daquela história de pontes em Guajará, Porto Velho e divisa com o Acre.
Tanta gente batizou as pontes, anunciava construção em janeiro de 2002, obras maravilhosas e acabou como a história da ponte que partiu. Ninguém sabe, ninguém viu.
Enquanto os caminhões carregados de soja vinda do Mato Grosso arrebentam a estrada federal em Rondônia vamos esperar que os reclamos dos caminhoneiros e estudantes sejam ouvidos através dos nossos interlocutores oficiais.
Mas eu tenho a impressão que o companheiro Odair vai acabar ficando com os cabelos verdes se depender da boa vontade planaltina, e fumando quinze carteiras de cigarro por dia. Companheiro, que abacaxi!!!!!