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cronicas-->Enquanto isso, na mesa ao lado... -- 20/09/2009 - 20:22 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
- A mulher estava em pleno Pantanal do Mato Grosso num barco de pesca...
- Mulher pescando no Pantanal?
- É mais comum do que você imagina!
- Sei...
- Enfim, a mulher tava lá no barco de pesca, sozinha, passeando pelo rio.
- Mulher, sozinha, num barco, no Pantanal? Parece história de pescador.
- Mas não é. A mulher só estava no barco. Não estava pescando.
- Hum...
- Então chegou um policial florestal num barcão e abordou a mulher dizendo que aquela era uma área de pesca proibida e que ele iria multar e prender a coitada por pesca ilegal, crime contra o meio-ambiente, sem fiança, aquela coisa toda.
- Mas você disse que ela não tava pescando...
- Pó, cara. Espera o fim da piada que você vai entender. A mulher disse exatamente isso aí que você falou: "Mas seu guarda, eu não estou pescando. Só estou admirando a paisagem: o jacarezinho, a capivarinha, o peixinho..."
- Gostei da voz de mulherzinha. Cê nasceu pra isso.
- Me erra, cara. Aí o guarda respondeu: "O barco é de pesca. Tem rede, tralha, balança. A senhora pode não estar pescando, mas tem todo o equipamento."
- É, faz sentido. Um lance meio Minority Report.
- Isso aí. A mulher então avisou ao policial que ela aceitava a multa e a prisão, mas que iria registrar uma queixa de estupro contra ele. O guarda olhou espantado para a mulher: "Mas eu estou no meu barco e a senhora no seu. Eu não estou estuprando a senhora." E a mulher mandou: "Não está estuprando. Mas tem todo o equipamento pra isso."
- Ah, boa. Você deve ter lido essa naquele jornalzinho da padaria...
- Que nada, cara. Essa é de minha autoria...
- Tá. E o que que a piada tem a ver com o que a gente tava falando sobre a Lei Seca, a Lei Antifumo?
- Tem tudo a ver, véio. A vida tá ficando muito é chata. Essa coisa do politicamente correto tá passando do limite do bom senso. Parece coisa de piada: se eu tomar um copo de cerveja, recebo uma multa porque a lei imagina que eu poderia provocar um acidente. Com um copo de cerveja?
- É a Lei, cara.
- É demais. Agora eu não posso fumar nem na calçada aqui em frente ao boteco do Ademir. Pode ser que a fumaça entre pela porta e invada o nariz de um freguês que tá lá dentro tomando Coca-cola porque não pode beber ou vai ser multado e o cara pode ter um enfisema. O pior: é o Ademirovski quem vai ser multado porque eu, aqui da calçada e com esse vento todo, talvez esteja contribuindo para ferrar o pulmão do carinha lá de dentro.
- Lei é lei, amigo.
- Tudo muito hipócrita. Para de vender cigarro, então!
- Tem os impostos...
- Só. E as cadeiras? As cadeiras já não podiam ficar na calçada além dessa faixa amarela aqui. Quantas pessoas passaram por aqui, a pé, desde que a gente sentou? Nenhuma. Mas isso não é mais problema, porque, em muitas cidades, tem o tal do toque de recolher. Onze horas e o bar só pode funcionar da porta para dentro e em silêncio. A Vila Madalena tá assim! A Vila Madalena! Daqui a pouco vai ser a Lapa! Com a gripe do porco, então... Álcool com os amigos? Só se for álcool gel antes e depois do aperto de mão.
- Tudo isso para o bem da maioria...
- Sei lá, cara. É difícil até argumentar com essa maioria. No papel, tá tudo certo: a fumaça do cigarro dá càncer, a bebida sem controle é uma praga, a gripe é um saco. Mas na prática, tá tudo parecendo uma caça aos pequenos prazeres da vida. Parece que querem pegar os fumantes, os boêmios, os extrovertidos e exterminar da face da terra. Ainda acho que quem disse que a maioria é burra, tava certo.
- Foi o Nelson Rodrigues. E acho que ele falou que a unanimidade é burra...
- Que seja. Sei que a gente agora tem que ouvir aquele discursinho besta da turma PC: "Eu sou contra a discriminação e tal, mas achei uma maravilha essa lei do cigarro. O ar está muito melhor e blá, blá, blá...". O ar tá melhor onde? Na Marginal do Tietê? E ainda olham para quem fuma e toma umas cervejinhas com aquele ar de superioridade do Peter Perfeito. É um saco.
- Eu achei é muito bom.
- Eu acho tudo muito estranho, com cara de oportunismo para agradar essa tal maioria. Um bando de moralista de fachada que fica incomodado com a alegria dos outros. Quero ver se você vai achar bom se começarem a controlar a cor da roupa que você usa, a quantidade de vezes que você transa, os livros que você pode ou não ler...
- Você tá exagerando, Plínio.
- Posso até estar, mas ainda tenho o direito de não concordar com essa palhaçada, essa pirotecnia com direito a Dráuzio Varela e cia. Protestar ainda não foi proibido por lei. Isso me lembra aquela piada do Cotoco...
- Ah, não! Cotoco, não...
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