Usina de Letras
Usina de Letras
148 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62213 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50606)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140798)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Das partículas gêmeas aos nossos cérebros! -- 24/09/2009 - 13:05 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Das partículas gêmeas aos nossos cérebros!
Carlos Claudinei Talli

Em 1964, através de um teorema, o físico John Bell demonstrou, no estudo das partículas subatómicas, que se observarmos um par de elétrons rodopiando (spinning) em sentidos opostos, de modo que o spin total seja zero (as chamadas partículas gêmeas), e essa condição pode ser experimentalmente induzida, quando um deles executar um movimento de rotação em torno de um de seus eixos num determinado sentido (SPIN +), o outro obrigatoriamente sofrerá um movimento de rotação com a mesma amplitude, porém em sentido contrário (SPIN -), simultaneamente.

Bell mostrou que esse fato acontece independente da distància existente entre os dois elétrons. Portanto, se colocássemos um dos elétrons na Lua ou mesmo no ponto do Universo mais afastado em relação à Terra - se isso fosse humanamente possível -, o movimento de um provocaria uma rotação igual e em sentido contrário no outro, colocado a bilhões de anos-luz de distància, instantaneamente. E quem escolhe o momento e o eixo de rotação é o observador. Este, na física das partículas subatómicas, passa a fazer parte do experimento e determina também os resultados obtidos.

Posteriormente, em 1982, Alain Aspect comprovou experimentalmente o Teorema de Bell ao produzir dois fótons gêmeos num acelerador de partículas.

Agora vem a constatação mais incrível: a mesma coisa que acontece com os elétrons gêmeos de Bell e com os fótons gêmeos de Aspect, ocorre entre cérebros humanos correlacionados.

Em 1992, Jacobo Grinberg-Zylberbaum, neurofisiologista da Universidade do México, e seus colaboradores (M. Delaflor. M. E. Sanchez-Arellano, M.A. Guevara e M. Perez) constataram a não-localidade quàntica em cérebros humanos correlacionados. Ele orientou duas pessoas para que meditassem juntas durante 20 minutos, a fim de estabelecer uma "comunicação direta" - cérebros correlacionados -. Depois, elas foram separadas e colocadas em gaiolas de Faraday (compartimentos metálicos que bloqueiam qualquer sinal eletromagnético), mantendo a comunicação direta pelo restante da experiência. Em seguida, uma das pessoas foi submetida a uma série de estímulos luminosos que produzem um potencial evocado, uma específica reação eletrofisiológica do cérebro ao estímulo sensorial, medida por um eletroencefalógrafo.

De maneira impressionante, em 25% dos casos, aproximadamente, o cérebro não estimulado também mostra no eletroencefalograma uma reação elétrica - potencial de transferência - muito similar àquela do cérebro que recebeu o estímulo luminoso. E o mais impressionante é que essa experiência nunca acontece entre pessoas que não conseguem fazer ou manter uma comunicação direta através da meditação. A explicação objetiva é a não-localidade quàntica - os dois cérebros, a exemplo dos fótons de Aspect, agem como um sistema quàntico correlacionado não localmente. Quando se produz um estímulo sobre apenas um dos cérebros correlacionados, a consciência produz reações elétricas nos dois cérebros, o que explica a similaridade dos potenciais cerebrais.

Nas palavras de Amit Goswami: "O mais interessante é que, se você pegar duas outras pessoas, duas pessoas que não meditaram juntas, ou pessoas que não tinham a intenção de se comunicar, para elas, não há potencial de transferência. Mas para pessoas que meditam juntas, invariavelmente, muitas vezes, um em cada quatro casos, obtemos o fenómeno de potencial de transferência.

[...] Essa consciência que escolhe e causa o colapso da onda de possibilidades não é a consciência individual do observador. Em vez disso, é uma consciência cósmica. O observador não causa o colapso em um estado de consciência normal, mas em um estado de consciência anormal, no qual ele é parte da consciência cósmica. Isso é muito interessante. O que é a consciência cósmica diante do conceito de Deus, do qual os místicos e teólogos falam?"

A experiência de Grinberg Zylberbaum já foi replicada com sucesso centenas de vezes por vários cientistas nos últimos anos. A equipe do Dr. Nitamo Federico Montecucco, do Cyber Ricerche Olistiche, de Milão, foi uma das que conseguiu esse feito utilizando um novo eletroencefalógrafo computadorizado chamado "brain holotester", capaz de medir o grau de sincronização das ondas cerebrais entre os hemisférios esquerdos e os hemisférios direitos de várias pessoas conjuntamente.

Numa dessas experiências, realizada em 1994 para se avaliar a sincronização cerebral coletiva, "confirmou-se a existência de um aumento da sincronização entre os cérebros de doze pessoas durante a meditação. Neste caso, os valores de sincronização foram acima de 50 %. Isto pode demonstrar que os cérebros humanos podem estar em comunicação entre si e que a autoconsciência e a empatia são instrumentos psicológicos capazes de sincronizá-los. Os dados podem ajudar a entender as bases científicas dos sentimentos de unidade, cooperação e relacionamento entre pessoas, grupos de trabalho, culturas e raças".

Já num trabalho anterior do Dr. Montecucco e seus colaboradores, realizado em 1990 e 1991, fora constatado que durante a meditação, a sincronização das ondas cerebrais chega próximo de 100%. Essa pesquisa, realizada com iogues e meditadores de vários monastérios do norte e sudeste da índia, mostrou que "em estados de meditação profunda e estados de consciência elevada, as ondas cerebrais se tornam altamente sincronizadas e perfeitamente ordenadas, em uma onda harmónica única, como se todas as diferentes frequências de todos os neurónios dos vários centros cerebrais estivessem tocando a mesma sinfonia global".

Este estado elevado de sincronização cerebral foi caracterizado pelos cientistas como "Highly Synchronized Harmonic State" (um estado harmónico de funcionamento cerebral), característico de momentos de grande intuição e excepcional criatividade.

Segundo o Dr. Francisco Di Biase (Grand PhD, World Information Distributed University, Bélgica; Albert Schweitzer International University, Suíça): "Isto demonstra de forma significativa que pessoas que meditam em conjunto, especialmente se ligadas emocionalmente, são capazes de se comunicar e se influenciar instantaneamente uma com a outra, sem que se possa perceber a existência de qualquer meio de ligação ou energia entre elas."

Essas confirmações científicas levaram o mesmo Dr. Francisco Di Biase, corroborando o que o físico Amit Goswami já enunciara, a concluir o seguinte: "Estados Harmónicos e coerentes de consciência, como a meditação, são capazes de sincronização com a ordem implícita do universo subjacente à realidade que vivenciamos. O medo, a ira, a ansiedade, em suma, o estresse impedem essa conectividade universal característica da vida. Por outro lado, o amor, a compaixão e a meditação são capazes de desencadear espontaneamente estados de harmonia com a ordem implícita, oculta, do universo!"

Observação: este texto faz parte do meu livro `Das novas descobertas da física moderna à nossa Alma´, que foi publicado em 2009. Qualquer informação sobre este livro, contactar o autor através da Usina de Letras.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui