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cronicas-->Rio Branco e o Adesismo Político -- 28/09/2009 - 10:49 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rio Branco e o Adesismo Político

Jorge E. M. Geisel

"Uma nação que confia nos seus direitos em vez de confiar nos seus soldados, engana-se a si mesma e prepara sua própria queda." (Rui Barbosa)

Erros e acertos da Política Exterior vêm sendo comentados pela mídia de todo o País. Embora haja uma concentração programada de aplausos, sérias condenações têm sido feitas à orientação diplomática do atual governo de plantão em Brasília.

O Brasil sempre teve uma tradição diplomática exemplar. O famoso Instituto Rio Branco e o Itamaraty tornaram-se padrões clássicos de excelência, reconhecidos pela Nação e pelo mundo diplomático do mundo inteiro.

Os elevados serviços prestados ao Brasil pelo seu corpo diplomático, podem ser aquilatados pela consolidação pacífica de suas fronteiras e pelo seu tradicional alinhamento ao Direito Internacional e às melhores opções de relacionamento internacional, sem desdenhar o emprego da força, quando necessária, em defesa da Soberania Nacional.

O vulto tutelar do Barão do Rio Branco,José Maria da Silva Paranhos Júnior, professor, político, jornalista, diplomata, historiador, biógrafo, nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de abril de 1845, e faleceu na mesma cidade, em 10 de fevereiro de 1912. Ocupou a cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras e impregnou gerações inteiras de diplomatas, com seus exemplos de honradez e de dignidade pessoal, com dedicação extrema no cumprimento do dever. Em 1901, já era considerado uma figura central da diplomacia brasileira, quando assumiu o Ministério das Relações Exteriores. Em pouco tempo, tornou-se figura popular a ponto de ter sua candidatura cogitada na sucessão de Afonso Pena, e por ele declinada, para a Presidência da República, em 1909. No fim da vida, provou mais uma vez seu caráter justo e correto ao devolver espontaneamente ao Uruguai o direito de condomínio e jurisdição sobre a Lagoa Mirim e o rio Jaguarão, em gesto inédito na história das relações internacionais. Morreu a 10 de fevereiro de 1912, aos 66 anos, sendo sepultado ao lado do pai, a quem tanto admirara e lhe servira de exemplo pela vida toda.

Curiosamente, Rio Branco, quando estudante costumava dormir no chão pelo menos uma vez por semana. Como travesseiro, um grosso volume de Direito. Nesse dia, fazia jejum, bebendo só água e às vezes café. "É uma defesa contra o prazer do conforto", justificava -se.

O exemplo de Rio Branco deveria ser seguido pelos estão sendo envolvidos pelo processo ideológico denunciado pelo embaixador Roberto Abdenur e subscrito pelo embaixador e ex-ministro de Relações Exteriores, Mario Gibson Barboza, em janeiro de 2008, se não nos falha a memória. Nem sequer imaginavam ser possível uma desastrosa atuação diplomática tupiniquim, como esta que vem ocorrendo em Honduras.

O governo de plantão passa, mas a corporação permanente fica. Rio Branco, um monarquista constitucional de coração, serviu à República dos Estados Unidos do Brazil, com fidelidade e absoluta isenção política. E a República jamais ousou constrangê-lo à adesão republicana.

Ao invés de cederem às tentações do adesismo carreirista, o antídoto recomendado aos diplomatas em formação no Instituto Rio Branco atual poderá ser a salvação de suas almas: dormir no chão e jejuar, pelo menos uma vez por semana, em legítima defesa psicopolítica contra as pressões de comissários políticos provisórios, adeptos do atraso ideológico. Como travesseiro, nenhuma obra indicada pelos comissários da quadrilha continental, mas um maciço volume, com uma ou mais obras do Barão, do Tasso Fragoso, de Rui Barbosa ou de Nabuco.


Reedição, em 25 de Setembro de 2009




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