Não se restringem ao comando do Executivo, do Legislativo e de grande parte do Judiciário a liderança do nosso Rei Sol.
Dias atrás, ele reclamou que a Vale, empresa privada, deveria encomendar seus navios a estaleiros brasileiros e não chineses ou coreanos.
É absolutamente impertinente que um Chefe de Estado se meta a dar palpites na gestão de uma empresa, ainda que a União tenha dela uma golden share. É inaceitável porque cabe a Roger Agnelli prestar contas a seus acionistas e a seus funcionários. Sua obrigação é, diante destes, comandar a Vale na busca dos melhores resultados em curto, médio e longo prazos. E a Vale privatizada já multiplicou, em muito, os resultados da época da Vale estatal.
O curioso é que o presidente da Vale, ao invés de, simplesmente, explicar que as decisões de comprar aqui ou ali navios para a Vale se prendiam a critérios de natureza exclusivamente económica, justificou-se dizendo que teria tentado encomendar os navios no Brasil e que, aqui, os estaleiros não poderiam aceitar suas encomendas por estarem fortemente envolvidos com a produção de plataformas para a Petrobras.
Ao invés de, simplesmente, responder a Lulla, Agnelli relançou campanha de publicidade da Vale com intensa dose televisiva. Ao contrário da Petrobras que, em seus milionários comerciais, afirma que daqui a pouco a produção de petróleo vai dobrar, a Vale apenas disse o que está fazendo. O que é ótimo. Tudo se passa como se fosse uma peça de campanha da Dilma. No mais, o nosso monarca bem que poderia conter a sua explicitação verbal do que é o "l´État c´est moi". Mandar explicitamente na iniciativa privada é muito ruim.