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Artigos-->A bomba -- 02/06/2003 - 10:24 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Centenas de milhões de pessoas são vítimas de discriminação diariamente. No dia 12 de maio, a Organização Internacional do Trabalho lançou seu primeiro informe global sobre discriminação no trabalho. O problema tem "formas novas e mais sutis". No estudo "A hora da igualdade no trabalho", a entidade adverte que nos próximos anos essas discriminações poderão levar a "efeitos catastróficos na coesão social nacional, na estabilidade política e, em decorrência, no desenvolvimento".

A OIT credita aos preconceitos, aos estereótipos e às instituições com preconceitos que resistem às medidas adotadas pelos governos, trabalhadores e empregadores contra a desigualdade de tratamento no trabalho, a constante discriminação existente. Ela define discriminação como qualquer distinção, exclusão ou preferência baseada em motivos de raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social (entre outras características) "que tenha por efeito anular ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento no emprego e a ocupação".

O Informe afirma que "os crescentes problemas econômicos e as desigualdades foram exacerbando a xenofobia" (desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas, que são incomuns ou vêm de fora do país) "e a discriminação racial e religiosa". Destaca novas formas de discriminação por incapacidade, Aids, idade ou orientação sexual.

John Lennon cantou que as mulheres são "os negros do mundo". O Informe corrobora a canção. As mulheres são relegadas a trabalhos pouco qualificados. A maioria continua ganhando menos que os homens, e as diferenças salariais são significativas. Elas estão nos empregos com menores salários e condições de segurança. São mais procuradas para atividades invisíveis e subestimadas, como o trabalho doméstico, o trabalho familiar não remunerado e o trabalho no lar. Para elas, a taxa de desemprego é maior.

As desigualdades dentro dos grupos discriminados continuam aumentando. A discriminação empurra as pessoas a trabalhos com salários baixos dentro da economia "informal". Às pessoas discriminadas sobram os piores empregos, sem proteção social, formação profissional, capital, terra ou crédito. Os discriminados são geralmente os pobres dos pobres, e a pobreza é mais grave entre as mulheres que em outros grupos discriminados. A discriminação gera uma rede de pobreza, trabalho infantil e trabalho forçoso e exclusão social.

Existe uma tendência a que a mulher seja empregada em uma série mais reduzida de ocupações que o homem e é mais provável que trabalhe em contrato parcial ou de curta duração. Também há maior número de obstáculos para a promoção e desenvolvimento de sua carreira. As desigualdades continuam existindo no salário, hierarquia e promoção. A segregação profissional persiste nas novas áreas de trabalho relacionadas com as tecnologias de informação e a comunicação.

No mundo atual, no lugar das velhas teorias sobre superioridade de um grupo racial ou étnico sobre outro, são utilizadas teorias sobre eventuais repercussões negativas que podem ter as culturas estrangeiras e "incompatíveis". A discriminação racial persiste e afeta, entre outros, os migrantes, minorias étnicas e povos indígenas e tribais.

A discriminação contra os portadores do vírus da Aids constitui igualmente uma preocupação crescente, especialmente contra a mulher. Esta discriminação pode adotar diferentes formas, que incluem a exigência de realizar provas médicas que possam resultar na recusa de contratação.

Na última década, parece ter aumentado a discriminação religiosa, que inclui a conduta ofensiva de colegas ou de superior hierárquico para membros de minorias religiosas, a falta de respeito para os costumes religiosos e a ignorância das mesmas; a obrigação de trabalhar em dias festivos ou feriados religiosos, a falta de neutralidade nas práticas de contratação e de promoção profissional, o vencimento de uma permissão de trabalho; e a falta de respeito pelas normas sobre vestimenta.

Também cresce a preocupação quanto à discriminação baseada na idade, como a que fixa limites de idade para a contratação. Porém também pode adquirir formas mais sutis, como imputar ao aspirante uma falta presumida de potencial para progredir profissionalmente ou muita experiência. Outras formas de discriminação incluem limitado acesso à formação profissional e condições que praticamente obrigam os trabalhadores a anteciparem a aposentadoria.

Muitas pessoas são vítimas de discriminação múltipla. Os povos indígenas e tribais, por exemplo, se encontram entre os mais pobres dentre os pobres, e as mulheres destes grupos são mais gravemente afetadas.

No início do século passado e final do anterior, foram muitas as teorias e concepções abertamente preconceituosas. O chanceler alemão Adolf Hitler foi um dos que mais as utilizou, com sucesso, na sua retórica política. Hoje, as formas são outras, às vezes com sutilezas imperceptíveis à primeira vista. Tempo e moral reafirmam o lamento de Albert Einstein: "Época triste é a nossa em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo".



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