Me tornei um ser ultrajante,
que vive em uma melancolia constante.
O funeral de minha alma foi vazio,
nem mesmo os bebados e ratos apareceram.
Convivo com o estigma da popularidade,
pensando que vivia de verdade.
Agora sou um idiota retardado,
tão popular como fracassado.
Percebo que tudo na vida tem sua vez,
e que a sorte passa, e procura outro freguês.
Sempre soube que essa seria minha sina,
sentar e escrever mediocres linhas.
Passo noites em claro,
ouvindo o som de meus pigarros.
Encho minha cabeça de informação,
tentando esquecer minha solidão,
mas como posso me esquecer dela,
maldita companheira, cadela...
Que corrói minhas lembranças,
destroindo de vez a esperança,
que um dia veio apenas para avisar:
que estava de mudança.
Bruno.
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