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Artigos-->Riobaldo, Fausto, Maquiável e Frankenstein -- 04/06/2003 - 18:34 (Marco Túlio Oliveira Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Ficava ali sentado, esperando – esperando nada,

Gozando, acima do bem e do mal, ora

A luz, ora a sombra; havia apenas

O dia, o algo, o meio-dia, o tempo sem fim.

Então, meu amigo, de repente um tornou-se dois,

E Zaratustra passou por mim.

(Nietzsche)



Das boas coisas que o cargo público nos possibilita, sem dúvida a melhor delas é a possibilidade de tomar decisões acertadas. Creio que o Lula ainda não compreendeu a extensão disto, posto ser “governo” há apenas tão poucos meses e, das tantas vezes que decidiu, a maioria delas erros profundos.

Porém, sempre um porém, em 20 de maio o governo Lula, que já prefiro chamar de ambíguo, decretou a maior desapropriação de terras que já aconteceu no Rio Grande do Sul.

No município de São Gabriel, mais de 13 mil hectares foram desapropriados para a implementação de uma reforma agrária diferente, em negrito porque é o governo que está falando “REFORMA AGRÁRIA DIFERENTE”.

Oxalá seja realmente uma nova cara surgindo neste novo governo. O discurso do Lula aqui em Uberaba, mais precisamente na ABCZ não foi tão positivo assim para os trabalhadores rurais sem terra.

Não bastasse, o governo anda anunciando renegociação de dívidas de agricultores, a necessidade de que os assentamentos rurais sejam precedidos de infra-estrutura, saúde, educação, assistência técnica e possibilidade de comercialização da produção. Ora, ora, olha o senhor presidente honrando o meu voto.

Prefiro este discurso ao que condena as ações do MST, conforme o que o presidente proferiu ao lado de uma sorridente Roseana Sarney.

O governo Lula, que majestosamente foi minudentemente analisado pelo César Benjamim, em artigo onde o compara a Fausto, Riobaldo ou Maquiável, não será coerente com este ou aquele personagem como sugere o autor.

Nem tanto ao sol nem tanto ao mar, pelo andar da carruagem, acredito que estará de bom tamanho a ambiguidade do Lula. Se o posicionamento ideológico do Lula oscilar, já não terá sido tão frustante.

Prefiro um Lula mais para Frankenstein, um monstro com sentimentos, na melhor expressão de Mary Shelley.

Ora estará alisando os pentelhos encardidos e corrompidos dos usineiros do nordeste, ora de braços dados com os remanecentes do carlismo, ora de quatro aos reclamos de Washington, ou assomprando a febre agonizante da Vênus Platinada, ora pedindo clemência aos sindicalistas de São Bernardo. Mas em algum momento tomando medidas como a desapropriação anunciada. E assim, já que a correlação de forças possível é pior do que imaginamos, nós da outra banda do poder central, ficamos cá torcendo para uma incoerênciazinha aqui, um escorregãozinho acolá.

Enfim, no dia que fizer sol, cacete nos aposentados e pensionistas, no dia que chover, distribuição direta de renda, via cartão alimentação, que não demora batizará de cartão cidadania, e assim a república de Macunaíma vai cumprindo seus dias.

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