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Contos-->Revival -- 02/08/2001 - 14:30 (Fabiano Novais) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ela sentou no mesmo bar e pediu a mesma bebida. Tudo era igual, menos aquela outra ruga, que nascera há dez minutos atrás. Precisava tomar mais um gole...
“Mas o que é isso? Uma senhora mulher - confundida, nos seus áureos tempos, com a Vera Fischer - deprimida, desesperançada... e o que é pior: desacompanhada. E em um bar de solteiros ainda por cima?”
_ Malditos tempos da Feiticeira!
_ Mais uma dose, Bianca? - sugeriu o garçom, atencioso.
_ A última cuba libre, que hoje eu tô naqueles dias.
Na saída do Le’Cubas bar, a assídua freqüentadora se encontra com outro que não fica mais que um dia sem tomar uma cubinha em seu boteco preferido.
_ Fernando? Mas será que é você mesmo?
_ Não, a senhora deve estar me confundindo com outro.
_ Mas é muito parecido com o “Nndo”, até a barriguinha fugidia.
_ Aí também já é demais, minha senhora!
_ Senhora não, senhorita! Que eu ainda não tentei esse tipo de suicídio social.
_ Com licença que eu tenho um encontro.
“Um encontro, nem sei mais o que é isso” pensava ela.
_ Cê vai tentar levá-la pra cama hoje, como um bom machista? Ou vai esperar mais alguns dias, mandar flores, deixar que ela se apaixone, e aí atacar, como fazem todos os cafajestes falso românticos que conheço?
_ Isso já é invasão de privacidade!
_ Pelo linguajar já saquei que é advogado. Então não é mesmo o Fernando, aquele eterno desempregado.
_ Desempregado, não! Trabalhador autônomo sazonal.
_ Fernando, quanto tempo! Que dizer que você tem um encontro? Quem é a azarada?
_ Olhe aqui, Bianca. Nada de cenas, viu? Esse encontro é muito importante para mim, tá bem?
_ Já esqueci o passado, superei. Tô até saindo com um cara aí. Mas o que é isso? Um presente?... Peraí, no meu tempo não tinha essas frescuras. A única coisa que você trazia era uma garrafa de rum para economizar nas bebidas.
_ Os tempos são outros, minha cara. Agora é sério. Tô até pensando em casar.
_ Os tempos são realmente outros, essa barriga...
_ O que é, obsessão? Deixa ela em paz, são só lipídios.
_ Mas que presente é esse? Deixa eu ver.
_ Larga a mão de ser besta! Que isso não é para o seu bico.
Ela recobrou a pose, afinal, essa foi cruel. Ajeitou o cabelo, empinou o nariz e continuou a andar até a porta do bar, dando as costas para o ex-amante. Mesmo dificultada pela bebida ela saiu do recinto.
Logo depois já estava do lado de fora, grudada na vitrine, meio que de joelhos para não ser vista, só espiando...
“Se for uma aliança, eu juro que me suicido.”

FIM

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