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cronicas-->MEIO SÉCULO DE "NÃO" -- 17/11/2009 - 11:15 (Divina de Jesus Scarpim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Esta semana completei cinquenta anos. Não gostei. Cinquenta anos é meio século, meio século é provavelmente mais tempo do que a metade da minha vida. Tive meio século para alcançar o que muitos chamam de sabedoria. Não alcancei sabedoria nenhuma, pelo contrário, quanto mais vivo mais descubro coisas que não sei, mais tenho perguntas não respondidas e questionamentos, metafísicos e objetivos, que só conseguem produzir mais perguntas sem respostas. Não encontrei deus e não vi nenhum milagre, não descobri que mais vale a experiência do que a juventude, a mente do que o corpo, a calma do conhecimento que a excitação da descoberta. Descobri mesmo foi o contrário de tudo isso.

Não me tornei uma velha amarga, não me tornei uma velha feliz, não me tornei uma velha conformada; apenas me tornei uma velha. Não descobri que a vida vale a pena apesar de todas as penas, não descobri que deus é o meu melhor amigo e não encontrei nenhuma paz em nenhuma sensação de dever cumprido. Não fiz as pazes com o espelho, não sinto que a vida é bela, não olho para a natureza como dádiva e não tenho saudade da minha infància. Sou uma pilha de nãos!

Descobri que quanto mais vivo mais me falta o que aprender, que perguntar é uma necessidade perene, independente de haver resposta, que não preciso de nenhum deus para ser ética e moralmente decente, muito menos pra ser feliz, e que amo as pessoas individualmente mas tenho homérico desprezo pela raça humana. Descobri que não tenho amor próprio e não preciso dele para evitar suicídio porque a vida é ruim mas fico nela por falta de melhor opção.

E enquanto vivi fui descobrindo que o amor existe e não dói quando você mantém o orgulho, que amigos valem mais do que tesouros, que filho vale mais do que a felicidade, que ficar sozinha e de mãos vazias não é tão ruim assim se você puder pensar e que quando alguém diz que algo é a verdade a melhor coisa que faço é duvidar.

Pude constatar que a história de todos os povos é feia e sanguinolenta embora todos os lugares sejam lindos e todos os países sejam o melhor do mundo. Vi que todas as línguas são pura poesia, todas as culturas são ricas, todos os times são vitoriosos, todas as crianças são lindas, todos os jovens são fantásticos e o preconceito é a maior das burrices.

Falta descobrir como ganhar muito dinheiro sendo honesta dentro de um contexto honesto, mas isso às vezes acho que ninguém descobriu.
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