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Cartas-->(COMEÇO DE CARTA) -- 19/06/2005 - 17:15 (S!) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Este é um texto que Franz Kafka começou a escrever, mas não terminou....na verdade é uma continuação de um outro texto.(como se fosse a parte 2). A parte em itálico é o Kafka quem escreveu, o resto foi eu. A proposta era terminar a estória.



(COMEÇO DE CARTA)


Muito estimado senhor Pedro, o Vermelho:
Li com súbito interesse e até com palpitações de coração a informação que o senhor escreveu para a Academia das Ciências. Não é de estranhar, pôsto que fui seu primeiro mestre, para quem o senhor teve tão amáveis palavras de recordação. Talvez, refletindo um pouco mais, se tivesse podido evitar a referência à minha permanência no sanatório, mas reconheço que a informação, devido à franqueza que o caracteriza, não podia suprimir esse pequeno pormenor, já que se lhe ocorreu no momento de escrever, apesar de me comprometer um pouco. Mas, na realidade, não queria falar-lhe disto; trata-se de outra coisa,
algo bem sério. Como você mesmo sabe, a qualquer momento uma guerra pode eclodir, Hitler e seus capangas estão dominando tudo e nós, meros juden estamos sem saída, não podemos fazer nada se não nos escondermos ou abandonarmos o país, sem qualquer sinal de dor ou esperança. Se as forças opressoras do Füher ganharem, o que é meu receio, acabou! A tão bela e sonhada Alemanha estará vencida pelos poderes do dinheiro e corrupção...temo que nossas vidas não resistiriam a mais do que um mês.
É triste para mim, que cresci nestas finitas ruas das quais os nomes estão gravados em meu velho coração, ver no que minha pátria está se transformando... a qualidade de vida deteriora a cada instante e o inchaço populacional ameaça transformar este lugar num futuro do qual jamais teremos lembranças, pois pelo que temos presenciado é melhor esquecermos e enfrentarmos tudo com uma alma seca. A fila dos desesperados aumenta cada vez mais... proporcionalmente aumenta a violência. Várias lojas, mercados, livrarias são destruídas a cada dia, nenhum estabelecimento judeu escapa.
Não tenho para aonde ir, meu pequeno comercio foi destruído por policiais da SA, pedi ajuda ao senhor Otto Frank, um judeu-alemão que foi com sua família para a Holanda com a intenção de tentarem permanecerem vivos, ou seja, escondidos, mas este admirável senhor só pôde me dizer sinto muito! , afinal de contas já abriga oito pessoas no esconderijo. E é por isso que venho pedir sua ajuda senhor Pedro Vermelho, deixe-me trabalhar com você, em suas apresentações, pois só assim poderei sair do país e continuar vivo, trabalhando e tentando ser feliz. Preciso sair daqui o mais rápido possível, preciso de emprego, de casa e de sentido para continuar a viver......ajude-me!

Peço-te que guardes esta carta no mais profundo esconderijo que tiveres ou mesmo que a queime.

Abraços solidários,

Fritz Van Pells
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