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Artigos-->EDUCAÇÃO PRECÁRIA NO BRASIL -- 06/06/2003 - 04:45 (Welington Almeida Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Artigo – junho, 2003



EDUCAÇÃO PRECÁRIA NO BRASIL



Welington Almeida Pinto



Testes elaborados no primeiro semestre de 2003 pelo ENEN – Exame Nacional de Ensino Médio e Exame Nacional de Cursos (Provão) revelam falhas gritantes na formação do jovem brasileiro, apontando como crítico o rendimento em leitura entre a maioria dos alunos do ensino fundamental. Distorções que produzem profissionais mal preparados, refletindo nas Universidades, que recebem jovens sem condições de disputar vagas, quando formados, em um mercado cada dia mais exigente.

Seria o reflexo dos baixos salários dos Professores ou das Escolas mal equipadas? Ambos, é claro. Obstáculos que norteiam o ensino público, impedindo o rendimento escolar entre os aprendizes brasileiros, principalmente do educador que se sente desestimulado até para cumprir a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que impõe ao Professor a tarefa de preparar novas gerações para o exercício de cidadania. Triste quadro! Quem pode, migra para escola particular, quem não pode arcar com os custos, praticamente assume a dura realidade de um cidadão excluído.

Em 1932, o manifesto Escola Nova, liderado pelo educador baiano Anísio Teixeira, já apontava mudanças na rede pública para evitar a mercantilização do ensino, evidenciada nas escolas privadas atuais. Tanto que a Organização Mundial de Comércio pretende qualificar nossas Escolas na categoria de serviço na linha do mercado.



DESIGUALDADES



Os índices mostram que o processo ensino-aprendizagem das crianças brasileiras se concretiza de forma precária. Um grande erro. A maioria dos estudantes não aprende a ser leitor para realizar as atividades básicas do cotidiano.

Para o diretor de avaliação da Educação Básica do INEP, Carlos Henrique Araújo, a qualidade do ensino de Português e Matemática vem caindo desde 1995, aumentando as desigualdades entre os sistemas público e privado. Afirma que os estudantes em estágio muito crítico apresentam pontos em comum como envolvimento em trabalho infantil, ensino público frágil, remuneração baixa dos professores e baixa escolaridade das mães.

E assinala: ... o conjunto de fatores começa desde o nascimento da criança, até o ambiente cultural em que vive. É preciso ter a dimensão de que educação é investimento em pessoas, que pode gerar impacto no sistema produtivo. Os professores devem estar mais motivados, melhor profissionalizados e bem remunerados. As escolas devem ser equipadas e agradáveis para os alunos, sendo também fundamental o combate à pobreza.

Por fim, Carlos Araújo disse que faltam recursos para a educação básica, mas também é necessário o melhor direcionamento do dinheiro existente.

A IMPORTÂNCIA DE LER



Tão importante quanto estudar é despertar o prazer de ler entre a criançada. Professor que pensa assim contribui para viabilizar a realização de quatro premissas básicas, difundidas pela Unesco, como eixos estruturais da educação na sociedade contemporânea: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser.

O ideal é manter nas Escolas Públicas dos 5.561 municípios brasileiros uma biblioteca que funcione como ponto de equilíbrio entre a cultura escolar e a da vida que falta ao livro no Brasil. Basta cumprir a Lei 5.692/71, que estabelece que livros de literatura fossem lidos em sala de aula. Assim podemos garantir a Guaribas, Piauí, que 59% dos seus moradores deixem o desconfortável título de analfabeto.

Por que não implantar uma política pública para fortalecer ou criar bibliotecas nas Escolas do país? A experiência norte-americana de funcionamento e de levantamento de recursos para as bibliotecas pode ser um exemplo a ser estudado e aproveitado no Brasil. Outro sistema é da loteria utilizada como financiadora da cultura, adotado em 16 países, já em estudo pelo Ministério da Cultura, que espera criar uma loteria para financiar projetos culturais no Brasil.

O Ministro Gilberto Gil acredita que o Governo fique sensibilizado com a proposta e garanta um porcentual da receita da Loteria Federal a favor da Cultura, como fonte de verbas para amenizar o corte orçamentário de 51% do Ministério. Ora, é lógico... Numa investida assim vai ser fácil imaginar que os recursos extras devem também favorecer a implantação de novas bibliotecas e compra de livros para substituir ou aumentar o acervo das existentes nas Escolas de norte a sul do país.

Seria muito legal ouvir, no dia de aniversário de nascimento de um expoente da arte brasileira, a Caixa Econômica Federal anunciar, por exemplo, a extração do Prêmio Guimarães Rosa ou Rui Barbosa. E assim por diante, insinuamos.



BOA EDUCAÇÃO AINDA QUE TARDIA.



Em 1927, quando a Universidade de Minas Gerais, atual UFMG, foi fundada, seu primeiro reitor, professor Mendes Pimentel, pontuou o discurso de posse, em alto e bom som, afirmando que ... a Universidade não terá cumprido integralmente sua destinação se não se constituir em órgão de altos propósitos da nacionalidade.

Pouca gente deu importância ao que alertava o reitor. Nove décadas depois, o Brasil continua mergulhado numa crise pedagógica em todos os níveis. Nos testes do Enem, 74% dos alunos tiveram desempenho insuficiente ou regular. Em Minas Gerais, 30% dos alunos chegam à 4a série sem saber ler.

A ferida continua aberta, purgando. Triste Horizonte!...



* Mais artigos sobre educação no Brasil: www.ensinofundamental.kit.net/educacaoemfoco

* * Welington Almeida Pinto é escritor, Jornalista (08124/JP-MTE). Entre outras obras, Santos-Dumont no Coração da Humanidade e A Saga do Pau-Brasil. Site: www.welingtonpinto.kit.net - E-mail: welingtonpinto@globo.com

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