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Poesias-->NERUDA -- 04/04/2000 - 23:31 (Luís Sérgio Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NERUDA



Um dia como outrora, não esse

de folhas sem fôlego sobre as janelas

e olhos cabisbaixos apodrecendo

suas seivas como se estivéssemos

diante do fim dos tempos.



Em que noite sonha agora

teu coração qual fruto despencado,

de que matéria é teu dia?



Grandes são os navios,

maior é o mar

- toda água é a mesma.



Um país se faz entre ossos

e aí esta o cálcio dos seus poemas,

um minério que desperta

e volve qual pedra que voasse,

que se atirasse contra rochedos

- é teu poema.



A desigualdade, a injustiça, a paixão,

esses elementos

Pablo

quer ver em forma de pão e luz,

mas entre papéis

o sol bebe a chuva

e se contempla

a imperfeição desse mundo,

a mais perfeita das imperfeições

quando as idéias se cravam no chão

e são raízes de pedras mudas.



Deus deve ter recitado

muitas vezes a Bíblia,

Deus deve estar cansado de eternamente

falar através das chuvas, dos trovões,

dos terremotos, dos vulcões.

Idéias e ideais,

Deus te deu um chão de uvas

e aqui estamos entre bagaços.



Um trem com olhos de cão

atravessa o céu, e nuvens

são paridas da chaminé da locomotiva.

Nuvens se transformam em carneiros

e saber onde fica a pólvora

não faz um revolucionário.

Um trem com olhos de cão

vai puxando a linha que divide

o dia da noite,

folhas quais seios de fêmeas

descem das árvores, acenam adeus

mas não vais partir.



Já chegastes antes, chegastes cedo,

estavas em Parral

sendo que cravavas no chão os trilhos

para que chegasse o trem.



Vagões carregados de flores

são distribuídos

por todas as Temucos reais e imaginárias.



Para que mais de vinte noivas

esta noite,

possam se saberem bem amadas,

mais de vinte vezes,

deverão ser lidos:

"vinte poemas de amor e uma canção desesperada",

por todas as Temucos reais e imaginárias.





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