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Contos-->CLEMENTES -- 26/07/2021 - 15:59 (Roosevelt Vieira Leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

CLEMENTES E O MAR SEM FIM

Por ROOSEVELT VIEIRA LEITE

 

Clementes nasceu e se criou em Campos. Por toda a sua longa vida andou por Campos como um bom tobiense. As pessoas que nascem em Campos hoje são chamadas de tobienses. Tobias Barreto é a antiga cidade de Campos. Para Clementes, essas terras de Belchior Dias nunca deixaram de ser Campos. Clementes estudou no antigo Colégio Monsenhor Basilício Raposo numa época em que as melhores pessoas do município estudavam lá. “Aqui está a elite de Campos”. Dizia o jovem tobiense ao conversar com seus amigos.

Para Clementes suas verdades eram absolutas. Embora o rapaz fosse um aluno estudioso, era, na verdade, um cabeça dura. “Rapaz, quando Clementes bota uma coisa na cabeça ninguém tira”. Assim diziam seus amigos quando discutiam qualquer assunto com ele. Ninguém podia dizer perto de Clementes que o homem havia ido a lua, ou, que havia racismo no Brasil, ou que o divórcio era, apesar dos traumas, um avanço social. Temas como esses eram repelidos pelo tobiense e quando o mesmo falava deles era sempre defendendo de forma ferrenha os costumes e crenças do passado.

Certo dia, perto do meio dia, um amigo de Clementes natural da Capitoa o convida para passar o final de semana na roça de seus pais.  Era a chácara “Pomba da Paz” localizada nas proximidades da serra da Capitoa. Da serra da Capitoa podíamos avistar a cidade de Campos. Muitas pessoas gostavam de subir a serra para ver o pôr sol que desce no horizonte para as bandas de Montes Coelhos. Clementes aceitou o convite sob a condição de não ser molestado em suas pesquisas. O rapaz queria provar que num passado distante na planície campense existia um grande lago: “Estou profundamente desconfiado que nossa região já foi, em época passada, um grande lago cheio de tilápias e traíras”. “Meu amigo velho você me garantindo que a gente vai comer carne assada com cerveja esse final de semana tudo bem. É você quem manda”. Disse Orlando cheio de vontade.

Às oito horas Clementes estava em pé. O moço de Campos se preparou cedo e aguardava o amigo Orlando. “Está pronto?” “Estou sim Clementes”. Disso o amigo Orlando sem hesitar. O dois subiram a serra pelas bandas da fazenda de Zé de Paula. Lá no topo Clementes explica sua teoria: “Por muitos anos observei o comportamento das águas de Campos. A chuva cai nas serras e desce para a planície. Se sua pessoa observar você verá que Campos é cercado de serras. Serra do Cavalo, Serra do Macaco, Canine e outras. A água da chuva antigamente descia as serras e formava um lago na planície. Mas algo aconteceu para toda essa água sumir do ambiente. E o que aconteceu foi uma ou mais infiltrações para o subsolo. Isso quer dizer que, em algum lugar, e eu acredito ser por aqui, há uma grande caverna e nela um mar sem fim.

Os dois filhos de Campos andaram pelas grotas da serra buscando encontrar alguma evidência dessa caverna. A jornada foi dura. Os dois, próximo do meio dia, pararam um pouco para prosear: “E se você não encontrar nada Clementes?” “Você vai se conformar?” “Orlando quando eu tenho uma intuição na cabeça eu costumo ir até o fim. Rapaz algo me diz que eu ainda acharei a passagem para a caverna”. “Mas, e se você não achar nada? For tudo isso uma ilusão de sua mente?” “Bem, eu estou preparado”. Os dois seguiram conversando enquanto comiam carne assada com feijão e farinha. Por volta de uma hora Orlando ouve o barulho de uma vaca mugindo em desespero próximo a uma grota da serra do Macaco. Esta é uma grota muito íngreme e coberta por vegetação densa. Os dois tobienses olham de cima e veem a vaca lutando para salvar a vida enganchada nos galhos de uma árvore forte. Pouco tempo depois o animal é sugado pela vegetação. “Rapaz, você viu? Tem um buraco imenso aí. Vamos descer? Tem coragem?” Perguntou Clementes cheio de empolgação a seu amigo Orlando. Os dois homens desceram com cordas até o fim da grota onde havia uma pequena abertura obstruída com algumas pedras. “Vamos tirar as pedras Orlando”. Clementes convidou o amigo cheio de entusiasmo. Clementes e Orlando tiraram as pedras com muita vontade de ver o que havia dentro daquele buraco. Era uma passagem que cabia apenas uma pessoa. Clementes decidiu voltar no outro dia com lanternas e material para explorar a caverna.

No outro dia, os dois rapazes se esquecem da cerveja com carne assada e se dedicam a explorar a suposta caverna. Os dois entraram com muita dificuldade. O buraco dava numa pequena sala cheia de lama e restos de animais que entraram e não conseguiram sair.  Nas paredes da mesma que eram bem baixas, quase a altura de uma pessoa, eles encontraram alguns sinais rabiscados que parecia arte rupestre. Os riscos na parede eram sem dúvida de origem humana. “Mas o que as pessoas queriam aqui?” Perguntou Orlando a seu amigo Clementes. “Lembro-me das aulas de história do professor Ari. Ele costumava dizer em História de Sergipe que essa região foi toda povoada por índios Cariris. O grande mestre dizia que na serra do Canine havia uma grande povoação de índios que lutaram com as tropas de Belchior Dias Moreira”. “Mas, Clementes estes rabiscos, com certeza, são muito anteriores a esse tempo”. Replicou Orlando. “É verdade. Isso é verdade. Esses rabiscos devem ter milhares de anos”. Afinal de quem eram aqueles rabiscos? Os tobienses continuaram sua busca pela sala onde se encontravam e por sorte encontraram uma outra passagem que dava em uma outra câmara. “Parece que a água entra pela entrada onde entramos e segue por aqui”. “Isso”. Disse Orlando sem contestar o seu amigo.

Os rapazes com bastante esforço abrem a nova entrada e conseguem entrar se arrastando por entre as pedras. Esta outra sala era maior que a primeira, contudo, era, sem dúvida, um espaço muito sinistro. Haviam esqueletos humanos por todo canto. Clementes e Orlando passaram horas examinando o local e viram que as ossadas eram de diferentes épocas e que aquelas pessoas morreram por que estavam atrás de alguma coisa muito importante para elas. Clementes se lembrou que o professor Ari costumava dizer que houve uma busca muito grande por ouro em nossa região na época da colonização. Mas essa tese não se sustentava porque haviam esqueletos muito mais antigos. “Rapaz, o que é que é isso?” Exclamou Orlando para seu amigo Clementes.

A sala tinha estalactites por todo o teto. E no canto leste da câmara havia uma pequena lagoa. Os dois homens não acharam passagem o que dizia que a viagem havia terminado. “Bem, isso é tudo”. Disse Clementes para seu amigo Orlando. A tese do grande lago de Campos não se sustentava. Os dois rapazes se sentaram para preparar o material para voltar. Havia um silêncio imenso na sala. Orlando e Clementes não diziam nada apenas estavam consigo mesmo arrumando as coisas para a viagem de volta. Era só uma caverna. A água não tinha como desaparecer por ali. O lago de Campos nunca existira.

A ausência de barulho na câmara de estalactites possibilitou os dois homens perceberem que havia um som estranho vindo da parede da pequena lagoa logo no local onde ela se encontrava com a parede da sala. Clementes correu, entrou na lagoa pequena e para sua surpresa teve que nadar até a parede do fundo pois a pequena lagoa era muito funda. Clementes com o ouvido encostado na parede escuta o som de água. “Tem água aqui do outro lado Orlando!” Gritou Clementes para seu amigo. Clementes mergulha e encontra no fundo da pequena lagoa a passagem para um outro lugar. “Tem uma passagem aqui Orlando, mas, temos que mergulhar para atravessar”. Os dois tobienses com dificuldade nadam, mergulham e atravessam a estreita passagem para o outro lado. Do outro lado, o lago continuava. Clementes e Orlando nadam até a margem do lago que parece mais um mar, um mar sem fim.

A margem tinha o formado de uma concha. A parte côncava era a caverna e a parte aberta dava para um mar sem fim. O céu tinha cor lilás e o sol era todo lilás. Era possível ver outras margens na distância. A dupla ficou na concha a comentar o que seria aquilo. “Clementes tem alguma coisa errada. É possível haver um mar subterrâneo, mas desse jeito a coisa está muito exagerada”. “É meu amigo, estamos em outro mundo numa outra realidade. Lembro-me que o mestre Ari uma vez falou de universos paralelos. Acho que estamos diante de um fato desse”. Na margem esquerda do grande lago bem perto da concha havia árvores e uma pequena mata. Os meninos de Campos decidiram ir até lá para continuar a expedição. Com toras de madeira e cordas fizeram uma embarcação muito parecida com as jangadas do Ceará. A intenção era explorar o mar sem fim. As horas passaram, a noite se aproximava, e o céu mudara o tom. Nuvens e trovões apareceram. O estalar dos raios e o ribombar dos trovões assustaram aos dois. Logo a chuva caiu e o nível do mar aumentou. A margem estava sendo inundada. O jeito era mudar de lugar. Então Orlando e Clementes decidiram navegar em busca de um lugar melhor.

As águas do grande mar estavam agitadas. A embarcação não tinha vela, a única força era a dos dois tobienses que revezavam com o remo improvisado. Numa certa altura os dois pararam os esforços e se puseram a prosear sobre tudo. “Precisamos chegar a algum lugar. Precisamos descansar e encontrar comida”. Eles avistaram uma margem um tanto iluminada que distava um quilômetro e meio de distância. Decidiram remar até lá. As águas de forma esquisita começaram a borbulhar; a ferver como se estivessem de fato sendo fervida. E delas saiam formas humanas que procuravam assustar aos dois heróis de Campos. Alguns fantasmas contaram suas histórias de sucesso ou derrota, outros contavam feitos em batalhas travadas, e outros apenas reclamavam da vida. Definitivamente, o mar se transformara em um grande cemitério de fantasmas e histórias. “Orlando, percebeu que os fantasmas não nos fazem mal?” “Sim. Eles só querem contar suas histórias”. “Este é o mar da calunga”. “O que é o mar da calunga Clementes”. “É o lugar onde as pessoas repassam suas vidas e buscam uma evolução para algo melhor”. As aguas se agitam, o mar se torna realmente perigoso e os dois rapazes alcançam a margem.

O povoado a margem do lago parecia deserto. Algumas luzes acessas quebravam um pouco a escuridão do lugar trazendo uma certa penumbra relaxante. O lugar se assemelhava a uma vila de pescadores. O mar não tinha ondas altas, contudo, suas águas ferviam sem liberar calor. “Orlando, observe que as águas são vivas”. “É verdade amigo Clementes”. De repente peixes saltam fazendo um show à parte. Os dois rapazes caminham pelas poucas casas do povoado. A primeira casa visitada foi uma casa pequena que parecia uma cabana. O lugar cheirava a cigarro e bebida alcoólica. Uma mesa bem no meio da salinha dava as boas-vindas aos visitantes. Uma luz de cem watts posta bem sobre a mesa convidou os dois rapazes para sentar. Haviam duas cadeiras. Quando os rapazes finalmente sentaram, mãos com luvas apareceram subitamente no lugar. As mãos faziam as venhas da casa e começaram a servir uma boa refeição para os dois famintos. “Orlando não diga nada. Vamos ver no que vai dar”. Disse Clementes com um tom sério para seu amigo Orlando. As mão silenciosas trouxeram arroz cozido com passas, uma travessa de peixe cozido no coco, pirão com feijão verde. E, é claro, os pratos e talheres. Os dois rapazes comeram bem; se fartaram, e para sobremesa, doce de caju em caldas. Enquanto os rapazes se deliciavam com a sobremesa uma mão grande e forte tira a luva e se desnuda diante dos moços. Era uma mão negra com uma boca pequena. A mão resolve falar: “Por 350 anos fazemos exatamente a mesma coisa. E confesso, estou muito feliz de ser útil a essa raça especial que cruza os mares. Nós da aldeia do mar sem fim saudamos a todos com a paz do Senhor”. Uma mãozinha bem pequena corre para enxugar as lágrimas da mãozona. Esta lhe agradece: “Obrigado pivetinha, mas, nessa parte eu sempre me emociono”. A mão grande se ajeita e continua o discurso de boas-vindas. “Nós também cruzamos os mares. Logo cedo aprendemos que este lugar era um lugar muito especial para nosso povo, pois, aqui, fomos destinados pela melanina a servir com prontidão os olhos azuis. O tempo passou e outras gerações nasceram aqui. Veja, a nova geração só precisa de mãos. De vez ou outra uma mão nasce com boca como eu”. A mão deu toda atenção a Clementes e Orlando e lhes disse que eles se apressassem para dar uma volta pela aldeia porque as nove horas tudo fecha. Os dois rapazes agradeceram o jantar e se puseram a andar pela povoação. Havia um barracão enorme próximo do cruzeiro da aldeia. Os rapazes decidem ver o que é. Na verdade eles entraram por que eram turistas mas foi assegurado que era a primeira vez que alguém assiste os partos da aldeia. Uma mão gorda a porta do barracão avisou que eles pegassem sacos plásticos e levassem para dentro. No barracão as mulheres gravidas da povoação dão a luz unidas. Uma após a outra pare seus filhos e depois seguem a tradição. Dizem que a tradição é que salva a sociedade local de possíveis quebra dos bons costumes. Os dois rapazes ficaram chocados com o que viram e usaram os sacos plásticos para vomitarem. As mulheres davam a luz a seus filhos e logo em seguida lhes arrancava a cabeça. Elas sempre repetiam a mesma frase: “Criança saudável é criança sem cabeça. Em seguida era servida uma sopa para as mães se restabelecerem. Era um sopa de língua de criança. “Sim, meu amigo elas comem as línguas dos filhos”. Disse Clementes assustado ao seu amigo”. Uma mão disse para outra: “Graças a Deus que meu filho vai crescer sem entender nada. Viverá a tradição de seus ancestrais”.

A cerca de cem metros havia uma segunda casa. Esta era um templo religioso. Próximo a porta estava escrito num obelisco do tamanho de um homem: “Aceitamos todo tipo de doação”. Muitas mães doavam as cabeças de seus filhos para a religião. Clementes não sabia qual era aquela religião porque ela tinha marcas teológicas bem estranhas. Quando eles entraram estava havendo um culto. Algumas mãos estavam presentes, mas, a grande maioria dos participantes eram corpos dilacerados ao meio, ou seja, apenas a pelve e as pernas estavam ali. “Aqui se dá tudo, pois, quem não negar a si mesmo jamais será um bom cidadão”. Dizia o pregador que era, por incrível que pareça, um sapo enorme e gordo, certamente, tinha um metro e oitenta de altura. O sapo dava pulos e gritava aleluia o tempo inteiro enquanto as pernas se mexiam, as mãos faziam mimicas e as cabeças abriam os olhos. Os dois rapazes não suportaram a visão. Orlando chorava como uma criança e Clementes batia os queixos em pânico. Os dois rapazes saíram da igreja maluca e foram para uma praça que ficava logo em frente. Os dois se sentaram nos bancos e passaram a prosear: “Eu nunca imaginei que veria essas coisas. Aqui, as pessoas são malucas”. Disse Clementes para Orlando. Orlando por sua vez disse que era o costume do lugar. “Mas, você também não é fiel as tradições de Campos?” Clementes alega que eram tradições diferentes e que ninguém comia a cabeça de seus filhos. Orlando retrucou: “Existem tantas formas de se furtar um ser humano de seus direitos”. “Olhando por esse ângulo eu concordo com você, no entanto, os costumes dessa terra são macabros”.

Os dois rapazes andam pela aldeia e observam tudo. Ao redor da igreja as casas eram bem construídas e quanto mais distantes mais pobres eram as habitações. Na prefeitura havia uma faixa com o seguinte dizer: “Uma administração do povo”. Orlando observa a distância a figura de uma caveira sentada em um banco de praça. A caveira estava com as pernas cruzadas, fumava um charuto e tinha um chapéu havana na cabeça. Os dois rapazes foram falar com a esquisita criatura: “Boa noite!”  O senhor caveira respondeu dando boa noite aos dois. Orlando foi o primeiro a perguntar. “Por que o senhor conservou sua cabeça no lugar?” A esquisita criatura tragou seu charuto, soltou a fumaça e respondeu brevemente: “Eu não sou daqui”. Orlando continuou: “Temos observado que as crianças nascem com cabeça, mas, logo em seguida suas mães lhes arranca a mesma. Qual a razão desse costume tão horrível?” “Isso, no passado, ocorria na escola, mas o trauma era grande. Então os país se uniram e resolveram fazer logo imediato ao parto. Aqui, não há mais necessidade de ninguém pensar porque tudo está pronto. Aqui no mar sem fim existem diferentes culturas, mas nessa aldeia as pessoas optaram por seguir cegamente suas tradições”. Respondeu a caveira com bastante lucidez. Clementes que estava em silêncio, mas quase perdendo a paciência, entra na conversa: “Isso não é tradição; isso é crime, é uma violação do direito das pessoas. Afinal todo mundo tem o direito de ter sua cabeça. E além do mais não sei como vocês conseguem viver, pois, tem pessoas que existem apenas da cintura para baixo”. “Isso é a magia do lugar. Toda sociedade tem sua magia e a vida continua. Na sua cidade as pessoas trabalham oito horas por dia, seis dias na semana e a grande maioria não amealha nada, contudo, continuam vivos e sonhando; alguns dizem até que são muito felizes, mesmo sem nada. Isso é a magia da vida”. Afirmou a caveira. A caveira se levantou e apontou para o busto de um homem ilustre da comunidade que havia na praça e diz: “Este fez muitas coisas por nossa comunidade. Foi ele que sentiu o insight da vida sem cabeça e da flagelação do corpo para melhorar a vida aqui. Nós não precisamos muito; queremos apenas servir ao próximo como bem diz o vigário Sapão das candeias”. Os dois homens se despediram da caveira e foram procurar um lugar para dormir.

Clementes e Orlando exploraram o mar sem fim. Viram de tudo como diz o povo. Houve lugar em que as pessoas tinha que rir o tempo inteiro. Noutro lugar, as mulheres mandavam nos homens e eles eram quem pariam os filhos; ainda houve lugares que o homem usava saia, e outros que as pessoas não bebiam água e nem tomavam banho. Orlando voltou para Campos e Clementes navegou no mar sem fim durante a sua longa vida...

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