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cronicas-->O ENTERRO -- 20/01/2010 - 21:33 (Roberto Stavale) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Enterro, do ato de enterrar cadáver, valores simbólicos ou qualquer outra coisa, infelizmente é um tema funéreo para esta edição.
Este Café Literário, de número 44, será o último da Era Barox. Se, por acaso, renascer das cinzas, como uma fênix tupiniquim, voltará com nova plumagem. Ou nunca mais voltará, deixando tão-somente recordações.
Prometi aos integrantes desse tablóide, por escrito, que não faria parte dessa última edição, pois não queria participar do enterro.
Pensando bem com os meus botões, resolvi descer a ladeira e deixar este legado, que será, sem dúvida, criticado e mal interpretado.
O argumento apresentado para encerrar a vida do Café é a saída de três ou quatro participantes.
Ora, bolas! Existem centenas de escritores que a mídia não vê, ou faz de conta que não enxerga, querendo publicar os seus textos, a qualquer preço.
Mas nos falta vontade e sobra egoísmo para ir procurá-los.
O nosso já saudoso Café, em seus dez anos de vida sofrida, nasceu de um idealista, filósofo, escritor, poeta, diretor de cinema e fotógrafo Eduardo Barox.
Com o surgimento da Internet no Brasil, entre 1994 e 1995, em dois ou três anos, grupos de internautas poetas, sob o controle de um moderador, virou coqueluche. Assim apareceu o grupo Andarilhos das Letras, cujo moderador era o Barrox. Lá começaram a se agrupar poetas e escritores, que pelas mãos do Eduardo foram levados a lançar o Café Literário.
Faço parte deste tablóide desde o número dois. Bem ou mal, participei de quarenta e duas edições, entre tapas e beijos, como muitos devem saber.
Foram anos de lutas inglórias, reuniões, encontros, almoços, jantares, saraus sempre organizados e dirigidos por Barox, um líder agregador de pessoas.
As enormes dificuldades financeiras para pagar as gráficas onde o Café era impresso existem e permanecem, a cada edição.
Assim, a sua apresentação e os seus textos foram mudando, conforme os vendavais.
Em uma ou duas edições, o Café Literário foi encarte do Jornal da Praça.
Mas sempre ressurgiu das cinzas.
Quando o Eduardo entregou a revisão e editoração para diversos participantes e colaboradores, simplesmente não deu certo. A fogueira das vaidades falou mais alto! Ele, com a ajuda da Cristina, nossa querida Camaleoa, aguentou firme até o final de 2008.
Porém, no início de 2009, um inesperado desenlace. O Eduardo Barrox passou a fazer parte de outra dimensão no sidéreo espaço.
Entre acusações, críticas e maus presságios, a batalhadora Camaleoa continuou a editar o tablóide até selar o seu sepultamento.
Sempre fui contra a maneira como o Café viveu.
Discuti isso com Barrox e outros integrantes. Pois a maneira corporativista, em moldes fascistas, que os Editores Associados ou não editores adotaram e adotam é digna de um clube fechado, no qual quem tem reais disponíveis por mês para depositar na conta do jornal participa com poesias e textos, a seu bel prazer.
Com essa política esdrúxula, quem é afeto à literatura e gosta de escrever, e não tem o numerário suficiente, não pode nem pensar em publicar no Café Literário.
É só reler alguns exemplares para ver que o meu espaço está dividido ou completamente ocupado com outros escritores renomados e não integrantes do grupo, como Zaé Júnior.
Este sempre foi o meu grande desejo - transformar o tablóide em um jornal literário pluralista.
Mas nada disto aconteceu.
A cada ideal que morre, a humanidade torna-se mais carente!
Hoje estou aqui, de coração enlutado, mas aberto para o que der e vier.
Quero citar uma filosofia de boteco: "O mundo é feito de perdas". Umas menores e outras maiores, mas, no frigir dos os ovos, perdas.
Enfim, vamos em frente porque o enterro não pode parar!
Abraços e beijos a todos.


Roberto Stavale
Novembro de 2009.-


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