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cronicas-->A VIÚVA E O SACRISTÃO ( BRASIL 500 ANOS) -- 25/01/2010 - 22:27 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420484334605400
A VIÚVA E O SACRISTÃO. (BRASIL 500 ANOS)
Ana Zélia


Era uma vez... Assim começam as histórias, 500 anos de um fato controverso: para alguns, o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral no ano de 1500, para outros nosso país tornou-se escravo até hoje; muda apenas de feitores e senhores, 500 anos e tanta coisa pra se ver, contar. Duas personagens farão parte desta crónica, descrevendo fatos marcantes de nossas vidas em 500 anos de história.

A viúva era uma estudiosa dos fatos sociais, por seu amor à leitura poderia ter sido jornalista, escritora, na verdade foi muito mais; aprendeu a arar a terra, retirar do solo a macaxeira, o feijão, o milho. Fez derrubadas como todo agricultor sem condição, conhecimentos, ajuda financeira.

No pequeno município foi professora, benzedeira, fez às vezes do padre e da freira. Vivera mais de meio século, uma vida dividida entre o vencer e o sofrer.
Parece que a pior fase nestes 500 anos tem sido a desestruturação familiar, a violência que se alastra como as pestes do Egito, a corrupção, o neoliberalismo acintoso, os homens perdendo a vergonha, o respeito em nome do valor chamado dinheiro. Falsos políticos lobos em pele de cordeiro.

Um fato chamou-lhe a atenção pela disputa entre duas cabeças partes do mesmo corpo, iguais na forma e convicção. Ambas escreviam com a mesma dedicação, faziam aquilo que mais sabiam, espremer do fundo d´alma a expressão poética de cada fato, espécie, cor.
Marcadas pelo ferro da maturidade e da juventude que se fazem demonstrar pela rebeldia. A caduquice de uma pela teimosia da outra.
Um dia, a mãe tentou escrever à filha as palavras mais belas em seu aniversário.
Revirando as tralhas encontrou um poema dedicado a si com o titulo: PSEUDO MÃE,
UM DESABAFO ONDE SE FEZ PRESENTE O ÓDIO AMARGURADO DE UM CORAÇÃO CRIANÇA.

O poema dizia assim: PSEUDO MÃE.

Nasci do nada ao nada voltarei.
Sou nada porque o nada me gerou.
A víbora rasteja e amaldiçoa minha vida, acaba minhas esperanças, essa erva carcomida.
Afasta meus amigos destrói minha alegria.
Renova-se em mim o ódio a cada novo dia.
Víbora, serpente, demónio vil, cruel.
Seu coração é espinho, suas palavras fel.
Do seu útero envenenado, nasci para sofrer.
Nem a morte, nem a vida, me fazem deste mal esquecer.

Pseudo criatura a quem chamo de mãe, dantesca esta figura que entala a minha vida, destrói meu pensamento, aumenta a ferida.
Afaste-se sangrenta, estúpida e cruel qualquer calvário seria melhor no inferno ou no céu.

Essa cólera nauseabunda, cheia de ojeriza faça tudo o que quiser, contanto que seja a minha guisa!

Pseudo mãe
Pseudo nada
Pseudo tudo
Pseudo útero.
O caranguejo se revolta contra o escorpião malvado,
Vai para o túmulo do lodo encontrar teu destino amaldiçoado.
Pseudo mãe, essa criatura que meu nariz escarra e meu fígado não mais atura.
E datou: 15.03.1993.

A viúva pasma com tanta rebeldia aprofundou a história e encontrou a resposta do desafio: Sem título a mãe respondeu:
__ Não me peçam pra cantar o mundo as notas perderam o sentido para mim. Não saberei cantar as flores, todas estão murchas em meu jardim.
Não imitarei os pássaros, seus gorjeios emudeceram em mim. O brilho do sol, nuvens escuras ofuscaram e são tantas, tantas.
A beleza do luar morreu quando a lua se escondeu.
Minh´alma de gigante tombou frente às palavras mais frias e mais cruéis que já li.
Tanto ódio a um ventre maldito, maldito que a contragosto se fez mãe, que abortou um monstro a quem chamou de filho.
E assim cresce a humanidade, destruindo uns aos outros com palavras que ferem mais que o punhal, que a làmina das peixeiras assassinas.
Por quê? Indagava a viúva retornando à formação do povo brasileiro.
Aqui o descobridor deixou degredados, assassinos, ladrões, a pior espécie de gente que junto aos aborígines, selvagens que viam em todos um inimigo, já que brigavam entre si.
Recorreu à bíblia sagrada e lá encontrou a história de Caim que matou Abel, seu irmão por inveja.
Com a tecnologia de hoje tudo é mostrado na telinha a imprensa é livre, vivemos num país "democrático", o roubo, a corrupção não pode mais ser escondida. As épocas são outras, os feitores trocam de lugares, ontem os portugueses, nossas riquezas saqueadas, nossos heróis enforcados, esquartejados, salgados e expostos nos postes das cidades. Os Judas Iscariotes livres, trocaram vidas por moedas da falsidade.
A rebeldia se fez notada com o famoso grito de "Independência ou Morte", emitida pelo jovem Príncipe regente, em terras brasileiras.
Deodoro, Floriano proclamaram a República, pondo fim ao Monarquismo.
Getulio Vargas e seu "Estado Novo" mudou os rumos da história e pagou com a vida os anos de glória tão pouco vivida.
Juscelino fez Brasília, concretizando o sonho de Dom Bosco. Veio a ditadura, mais de vinte anos com vidas tombadas, inocentes ou não. Sangue brasileiro derramado em solo pátrio, mudou de moeda, hoje somos Real, por ordem dos Midas Iscariotes.
Com o IMPECHEMENT TIRAMOS UM Presidente, força dos "caras pintadas" que nas ruas mostraram suas caras, seus gritos de protesto, a força do povo, mas logo os "anões do orçamento" assombraram a nação, fato pequeno para os acontecimentos de agora.
A violência impera, é o desemprego cruel por força do sistema neoliberal, onde o patrão é o mercado mundial.
Vez por outra somos a bola da vez, e mais roubos são descobertos, auxílio a banqueiros, bancos que são cobertos com o dinheiro brasileiro, a saúde é o caos e a cada ano novos políticos, verdadeiros caras-de-pau, escolados pela impunidade das manobras por eles criadas em esquemas recursais, fazendo a Justiça ser ainda mais morosa.

A bola da vez são os esquemas, sem eles, o Brasil de 500 anos não anda como a "Nau Capitània", que apesar do modernismo e alto valor é mais lerda que a Frota do Descobridor.
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Esta crónica foi Destaque no " 1º CONCURSO PROSA E VERSO"
"BRASIL 500 ANOS " promovida pelo Jornal IMPRENSA LITERÁRIA, novembro/DEZEMBRO/2000
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Nota da autora- Na Revista Acadêmica e Revista Brasília, ocupo a cadeira do imortal CÂMARA CASCUDO, editor Jornalista Reis de Souza e Souza.
A vida é uma encruzilhada de mistérios, os fortes se fazem mais fortes e os fracos precisam reagir para não sucumbir diante da vida e deles. Manaus, 25 de janeiro de 2010. Ana Zélia















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