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cronicas-->A VIÚVA E O SACRISTÃO. (Às viúvas que buscam carinho) -- 26/01/2010 - 18:36 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420484681762100
A VIÚVA E O SACRISTÃO. ( CRÓNICA)
(Para todas as viúvas que tentam buscar carinho)
Ana Zélia

Cansada de girar, girar pelo mundo, a viúva vai a um lugar onde as pessoas haviam passado por aqui e retornavam em busca de luz...
Pensava consigo: Infeliz é o homem que não possui o espírito da busca, da descoberta, dos desafios...
Sozinha, tentava ainda companhia. Por que não? Dizia:
Sou jovem como a noite que chega devagarzinho, fazendo cintilar no céu aqueles pontinhos.
Mostrando a claridade da lua que embriaga a todos, que se esconde de quarto em quarto e um dia surge cheia, radiante e bela.
Velhice é "estado de espírito". O homem quanto mais evolui, mais cresce, mais adquire claridade a seu redor...
Eram tantas companhias que ela não sabia qual escolher entre eles aquele que mais lhe agradaria. Partiu pro meio da roda sem medo de ser feliz.
Hoje é diferente de seu tempo e não tão distante, em que os homens eram quem, faziam a corte. Hoje não...
Entre eles um atraiu sua atenção. Era o olhar, o falar, o jeito de se portar. Alguma coisa o diferençava dos demais. O amor é sempre assim:
"Só flecha em pessoa errada!"... Mas, como descobrir?...
Era jovem, bonito como o luar, seus cabelos brilhavam mais que as estrelas do céu. O que tinha a fazer era se aproximar. O fez sem destemor. Devagarzinho, cheia de charme falou:
-- BOA-NOITE MEU ANJO QUERIDO! VOCÊ ESTÁ AQUI PERDIDO?...
O moço assustou-se. Olhou-a como a tentar descobrir se aquela mulher era louca ou boa, se brincava com ele ou se iludia.
Calou-se. Apenas olhou. Muitas vezes o calar diz tanto. Parecia profeta, poeta...
A viúva disposta a mexer com aquele homem que tanto mexia com sua estrutura de mulher, de repente, sem pedir licença foi-se chegando, devagarzinho, tomou-lhe as mãos, beijou-lhe o rosto como todo mundo faz. Mas o moço rapidamente afastou-se e falou:
o QUEM A DEU TANTA AUDÁCIA? Sou livre, livre! Entendeu!...
A viúva que não estava mais acostumada a ser mal-tratada pensou consigo mesma: _ Como são as pessoas. Entre tantos escolhi um e é justamente este que me trata com tamanha grossura, indelicadeza. Mesmo assim, pensou: Por quê? Não lhe agradei?
O que lhe fiz de tão grave assim?...
Há se ele soubesse que tantos tentaram entrar em minha vida e tal qual ele, fugi. Quem sabe seja ele igual a mim.
Jovem, bonita, dona de si. Voltou-se ao moço e com voz delicada disse: Não quis assustar você! Sua sensibilidade machuca-me. Entendo você. Só quis me aproximar um pouquinho. Há se as pessoas se conhecessem, descobriria em cada ser o valor que cada um tem escondidinho.
Envergonhado e mais calmo o moço disse: Não gosto de nenhuma mulher! Elas só machucam! Parecem anjos protetores, com o tempo viram demónio, não quero nenhuma próxima a mim. Cansei...
Moço! Você sabe o que é demónio?... É um anjo expulso do paraíso, por ter tentado se igualar a Deus.
Quantas vezes não fazemos o mesmo?...
Entendo você. A liberdade é um dom, sua atitude é que é estranha. Ninguém é igual no mundo. Se uma mulher pecou contra você, as outras nada lhe devem por isto. Quem sabe o causador de tanto mal, tenha sido você?...
Cabisbaixo o homem se foi, e ela continuou sozinha.

Havia música, procurou um disco e o fez tocar, AMOR DE VÊNUS, de Waldick Soriano.
Pensou baixinho. Esta música vai pra todas as viúvas que tentam ainda buscar carinho.
Manaus 06.08.1994
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