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Poesias-->Sutantra -- 27/09/2001 - 14:38 (Daniel Veiga) |
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--- desconceito-liberdade ---
O ritmo é a dança da pele
o fogo arde corre em cascatas
de vigor
bebemos cada flâmula poro seiva
dos sulcos do desejo a luz gela
arrepios breves
a noite entranha-se no corpo-nosso
matéria crepuscular aroma
fruto-pólen
colhemo-nos
à beira-beijo
o olhar penetrante
deidade potável
sofreguidão diluída
ancoramo-nos
em nuvens livres
a praia-leito
é interior
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tocamo-nos no íntimo
do silêncio
a palavra ardente
avoluma-se
em eco lunar
:o nome ulterior
das centelhas
do ofício dos amantes
a palavra arde
e
morre antes de ser prisão.
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---conjugar os uníssonos---
gritamos
-no mais silencioso dos beijos-
ao ouvido
do mundo
soletramos
mastigamos
o ardor potável
da vida
os rios renascem em nós
o silêncio
primordial
entrecortam os espaços
as lágrimas
emigram
esquecidas da dor
bebemos
(brotamos em)
cascatas férteis
de sóis-nascentes
convidamos
as marés a redesenhar
todas as estradas
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--- primeiro olhar ---
Um olhar
que deixa pegadas
na areia de
outro olhar
o riso a esconder-se
atrás de si mesmo
mãos ou ondas
a adivinhar a maré
e a pele inocente
Uma praia
a despertar
na orla livre
da espuma
folhas de sal breve
caem no outono das águas
o fogo das asas sempre fresco
no silêncio secreto dos lábios
e um amigo de sorriso nascente
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