Numa semana em que fiquei decepcionado com o senador Aloízio Mercadante e preocupado com os destinos do PT enquanto partido de representação das massas surgiu o alento de que a legenda da estrela vermelha conta ainda com quadros capazes de honrar seu histórico de lutas.
Acabo de ver a matéria que fala sobre a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a evasão de U$ 30 bilhões através do Banco do Estado do Paraná, que foi nos últimos anos, administrado por homens de confiança do ex-governador Jaime Lerner(PFL).
Foi com satisfação que vi o nome do deputado federal Eduardo Valverde (PT) como autor do pedido de instalação da comissão. Votei em Valverde, e espero que tanto o companheiro como Fátima Cleide elevem o nome do Estado em nível nacional.
Segundo o requerimento da CPI, formalizado no dia 19 de fevereiro, foi a primeira ação do deputado na Câmara dos Deputados. Além de apurar a origem de cada recurso e punir os responsáveis pela evasão, o objetivo do deputado é criar mecanismos legislativos para coibir a lavagem no futuro. A chamada Operação Macuco, que está sendo investigada pela Polícia Federal, acredita que volumosa quantia tenha saído do país entre 1996 e 1999 através das chamadas contas CC-5, usadas para enviar dinheiro de não residentes no país ao exterior.
Mas Valverde está mexendo em outras caixas sagradas do governo FHC. Entre elas as suspeitas de irregularidades envolvendo obras de licitação e gerenciamento de recursos públicos no Estado começa a ser investigada nos próximos dias pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados . No centro das investigações dois organismos até então caracterizados pela moralidade no trato dos recursos públicos: o 5º Batalhão de Engenharia de Construção e a Infraero. No último caso a desconfiança do petista é com relação ao direcionamento de licitações na construção do Aeroporto Internacional Jorge Teixeira, ainda inacabado. Segundo Valverde duas únicas empresas, a "A&A e "FORT PLAST" venceram nada menos que 90% das licitações em um cerca de 40 processos analisados.
Alguns assuntos não deverão ser explorados pela mídia, como é de praxe, mas é bom saber que o olho clínico do deputado e da sociedade rondoniense quer entender o que acontece com as obras do aeroporto.
Com relação ao 5º BEC, se houver parcialidade no trato da coisa, a instituição pode sair fortalecida, desde que as dúvidas sejam todas satisfeitas, e, se houverem culpados, que sejam punidos. As instituições brasileiras estão precisando passar por uma fase de amadurecimento e de verdade para que tenham crédito popular. Viver somente de histórias e tradições necessariamente não se trata de verdade. Valverde e outros políticos rondonienses podem ajudar a passar a limpo a História de Porto Velho e do Brasil.
