Que a chuva me tome no caminho
Não a chuva comum,
mas a apocaliptica chuva de espinhos
Que ela me tome no caminho,
a mulher
Não a mulher comum
de rosto, boca e longos cabelos
Mas a a hipotética mulher
que idealizo
entre sorvos de vinho.
Que meus antigos amigos se lembrem de mim
neste caminho
E, quando por mim passarem,
acenem.
Não antigos amigos comuns,
mas os amigos que construo
e os visito com leves ternos de linho.
Que a chuva me tome no caminho,
mas que poupe, por magnanimidade divina,
o meu vizinho. |