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Cronicas-->Campeão de esquecimento -- 27/02/2010 - 10:30 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Campeão de esquecimento

Aroldo Arão de Medeiros

Eu já me esqueci de muitas coisas nesta vida, mas todas pequenas, sem muita importància: horário no dentista, guarda-chuva na cadeira do ónibus, reunião do condomínio, pagar aquela conta que não poderia atrasar. Meu pior esquecimento foi o dia em que não me lembrei o lugar onde deixei o carro estacionado, voltei a pé para casa, quando havia ido ao trabalho de bicicleta.
Entretanto nada se compara ao que aconteceu ontem com meu cunhado. Essa foi demais para minha cabeça. Safado como sou, no bom sentido, resolvi escrever essa crónica para homenageá-lo um pouco e rirmos ainda mais.
Sei de outras passagens que irei discorrendo antes de chegar à pérola.
No dia de seu casamento chegou atrasado mais de hora e meia. Não que imaginasse ser a noiva e ter feito isso como tradição, mas simplesmente não se lembrava do horário de seu próprio casório.
Um ano depois, nasceu seu primeiro filho, uma menina. Sua mulher escolheu o nome e pediu que fosse ao cartório registrar: Ana Néri. Saiu todo empolgado, pois o nome escolhido era de uma famosa enfermeira. Quando chegou ao cartório a sua "mente brilhante" aprontou-lhe mais uma. Lembrava apenas que começava com Ana. E o segundo nome, qual seria? Vieram vários complementos: Célia, Flávia, Lúcia, Júlia. Conseguia recordar que era um nome de duas sílabas, forte, com um acento característico, típico das proparoxítonas. Por mais que esmurrasse a cabeça ficou difícil recordar. Como ele não queria voltar para casa e perguntar, resolveu homenagear a heroína de sua cidade: Anita Garibaldi. Graças a muito ter ouvido dessa personagem histórica, lembrou-se de que os primeiros nomes dela eram Ana Maria. Registrou e até hoje escuta impropérios da esposa e da jovem, que ganhou o apelido de Anita.
Estendi-me um pouco para chegar ao que ocorreu ontem. Sua mulher resolveu fazer-lhe uma surpresa e quando deu meia-noite, reuniu os filhos em volta da mesa e cantaram-lhe o "Parabéns a Você". Teve direito a bolo, salgadinhos e refrigerantes. Afinal ele completava 40 anos e a esposa entendia ser motivo de muita comemoração. Todos desejaram-lhe um feliz aniversário e lhe deram muitos beijos e presentes. Ele ficou pra lá de faceiro.
No dia seguinte, a esposa, entretida lá no seu trabalho, volta e meia recordava sobre a surpresa do dia anterior. Numa dessas, deu-se conta de que, de tão ansiosa com a data, havia antecipado em um dia a entrega dos presentes e o bolo. Voltou para casa nervosa, pensando em como pedir desculpas pela falha. Depois de muitos rodeios, a coragem de afirmar:
- Desculpe, querido, mas errei por um dia a data de teu aniversário.
Ele encarou-a com ar de espanto e lascou a pérola:
- Eu nem me lembrava que dia eu fazia aniversário...

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