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Contos-->O Trauma -- 06/08/2001 - 01:26 (Johil Cruz Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pêli, era um rapaz franzino, com um nariz longo e pontiagudo e perninhas de sabiá. Na verdade era um boêmio, adorava farras, estava sempre com um copo e quando possível uma garrafa em uma das mãos. Tinha um sonho, passar no vestibular para a UnB. Não tinha um curso de preferência, apenas que não fosse um curso fácil, mas também não precisava ser dos mais concorridos, apenas queria estar lá. E como todo bom sonhador, adorava ir as festas e happy hours que faziam no local, para já se sentir do ambiente.
Era um garoto alegre e divertido, sempre colocava um sorriso no rosto de seus amigos, falando suas sandices. Divertia-se muito mexendo com as menininhas que passavam, sacaneando com o nariz de um rapaz ou com o andar de outro, até mesmo os aleijados de muletas não escapavam de suas algazarras.
Ao chegar em uma das festas da UnB, como de costume jogando fora a garrafa de catuaba após beber seu ultimo gole, foi atrás de mais alguma bebida. O barzinho era muito escondido. Malditos C.A.s – pensou – sempre põem as bebidas nos cantos mais difíceis de pegar, só porque é liberado pensam que devem dificultar o nosso acesso a elas. Depois de pegar dois copos de cerveja, para não precisar voltar lá tão cedo, encontrou alguns amigos, que também tinham a mesma aspiração: entrar na tão sonhada universidade.
Conversavam perto da escada, de onde dava para observar, a esquerda, o corredor que acabava em uma banca de cachorro-quente, onde ao lado, em uma sala, estava improvisada uma boate, era o corredor do agito no qual passavam as meninas que eles iam dando nota e comentando entre si. A frente estava o corredor que desembocava na banca de cerveja e vinho, que como sempre, já havia acabado.
A certa altura gritaram que tinha acabado também a cerveja, como todos já eram freqüentadores assíduos desses agitos, já conheciam a manha, sabiam que era alarme falso, só queriam que a festa esvaziasse um pouco para poderem vender mais convites. Como a bebida iria ficar empacada um tempo, decidiram dançar.
Na boate, Pêli já meio tonto bradou a seus amigos:
- Hoje eu fico com uma menina que estude aqui, cansei de levar fora!
Os amigos riram, todos duvidavam que aquele pega-ninguém fosse conseguir tal proeza. Indignado com a reação de seus companheiros de xaveco, saiu solitário tentando farejar quem seria a caça daquela noite.
Rodeou a boate durante muito tempo, depois de algumas trocas de olhares, ficou dançando a música “La Bomba” do modo mais sexy possível para se mostrar para a garota. Mas apesar disso ainda não tinha coragem, se encaminhou para o corredor da cerveja, que como previsto já havia voltado a ser distribuída, pegou três copos e virou o trio goela abaixo em um só gole. Voltou para a sala-boate, a glamurosa ainda estava lá e olhava para ele com olhos gulosos.
Com a dose de coragem instantânea que havia tomado, não vacilou e se aproximou dela no instante em que tocava a “Dança da Manivela”, e sussurrou em seu ouvido:
- Qual o seu nome, princesa?
- Lili, respondeu a menina com um belo sorriso nos lábios.
Como quem não quer nada ou como se fosse apenas para manter a conversa Pêli perguntou:
- Que curso você faz?
- Artes Cênicas
- Aqui mesmo?
- Sim, claro e você?
- E-eu – Pêli, gaguejou – faço er, hum, arquitetura.
- Na UnB?
- Sim, sim – completava sua mentira.
Agora ela já havia caído em seu papo e ainda por cima estudava na UnB, do jeito que ele havia falado a seus amigos. Ah! Eles iriam morrer de inveja, bando de baba-ovo.
Então sem hesitar Pêli, chamou Lili para o abatedouro, sala situada do outro lado do corredor onde não havia luz, apenas casais fazendo sabe-se lá o quê. Ela aceitou prontamente e os dois se encaminharam não sem antes pegar uma cadeira para a referida sala.
Lá chegando, os dois começaram a se beijar freneticamente. E num roçar de corpos rapidamente ambos já sentiam o calor subir-lhes pela espinha. Pêli, querendo subir atrevidamente a saia da menina, pediu educado para que ela retirasse do bolso aquela caneta que já estava o incomodando, de tanto roçar em sua perna. Lili, respondeu que não tinha nenhuma caneta no bolso e quando o rapaz desceu sua mão para verificar o que seria aquilo, empalideceu. Neste momento a única coisa que vinha a sua mente era aquele verso da música que tocava quando conheceu Lili: “aqui ta quente, aqui ta frio, muito quente, muito frio”.
Saindo em disparada a saída puxou pelo braço seus amigos, para os quais iria dar carona. Olhando a cara de espanto e terror de Pêli, perguntaram, já no carro, o que teria acontecido a seu amigo. No que a única resposta era:
- Nunca mais beberei! Nunca mais ponho uma gota de álcool na boca, nunca mais!


P.S. Essa história é baseada em fatos reais, mas foi abrandada a pedidos da pessoa que vivenciou e relatou tal acontecimento.
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