Na amplidão de minha alma
recosto-me de todo mundo.
Pela janela de retinas emperradas,
vejo em revoada sonhos e ilusões.
Não têm pouso certo.
Se alimentam desta aurora.
Mas nunca permanecem.;
partem rumo ao ocaso.
De noite, só espiam.
Se lhes volto os olhos
correm céleres a se esconderem
entre as estrelas.
Eles são assim mesmo.
Vem e vão, dia após dia,
até o momento em que
o poente vem pra sempre.
Debruço-me sobre mim,
e além de mim os observo.
Na amplidão de minha alma revoam,
e recosto-me de todo mundo.
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