Amar é uma amizade
Que acalma quando é duro o labor.
É uma saudade
Que surge mesmo na presença do amor.
É uma banalidade
Que faz valer a pena cada complexidade.
É uma loucura, um labirinto
Cuja saída é o início do que sinto.
É manter-se mudo
E falar livremente sobre tudo.
É fazer-se feliz e triste
Porque o amor é único, outro igual não existe.
Quem tem amor se entregar à chuva,
Hipnotiza-se como o olhar.
Cai-me bem como uma luva
Esse desejo de estar.
Quem ama veste roupa que impressione,
Se impressiona com um corte ou vestido ou gravata,
Dorme em filme do Stalone,
Pois os cafunés são duros de matar.
Tenta jogar sinuca
Mesmo que nunca consiga.
Adora beijos na nuca
E chama de amor mesmo na briga.
E passear de mãos dadas assim
Passa a ser tão comum quanto caminhar.
Assim como beijar
Só é proibido no Shopping.
Faz dengo imitando bebê.
Ri atoa, chora atoa,
Fica chateada quando o amor sai pra beber,
Diz estar bem mesmo que doa.
Quem não ama anda aflito
Com uma paz que não se tem.
Anda assim livre e desimpedido
Com a vida que não vem.
Quem não ama não quer ficar doente,
Pois é a medicina que o cura.
Jamais faz qualquer loucura,
Pois estar perto é indiferente.
E eu te amo é tudo o que se tem a dizer
A única forma de resumir o que se sente,
A chuva que é amar, o sol, o frio, o sono, o talismã, o algodão, o tempo,
[o treco, a gota, a manhã, o dentista, a leveza, o pulo,
[o carro, o muro, o dedo, Natal, matrix, filme ruim,
[suco de laranja na roupa, beijo em ônibus, cobra,
[aniversário, casamento de primo, dor de cabeça, Porto
[Seguro, berinbal, Mac Donalds, sexo escondido, escada e
[cara de paisagem.
Amar é isso e que não se consegue dizer em tudo...
Amar por si só se justifica.
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