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Cartas-->MÃE -- 22/07/2005 - 13:00 (Luiz Antonio Barbosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MÃE
Está cedo ainda, não se vá com tanta coisa que ainda tenho pra te dizer, fique mais um pouco, eu queria te contar das crianças que irão crescer, tem tanta coisa que estou planejando, sabe?, você terá orgulho das coisas que farei como homem que me ensinou a ser.
O mundo acorda, pintando obras de arte no horizonte, la onde os confins se econtram com o fim do mundo fazendo poesia e cantando uma canção de ninar, o ninar das esperanças do que o futuro será sem contar que sempre dirá algum dia que saudades trará, o sol desponta num horizonte Ruborizado vai chegando lento e clareando uma canção divina que assovia entre os cômodos de tábuas, as crianças a brincar no fundo do quintal, o jardim de dallhas vibra e canta sons de felicidades quando o regador esparge brilho de gotas, e você, mamãe, sorri aos berros cantando uma canção que parece eterna, tenho vontado de chorar, pois tenho a impressão que um dia isso não acontecerá mais, as borboletas multicores esvoaçam lembranças de sorrisos infantil que ainda hoje insisto em ter em meu lábios, entremeios há um lamento em espanhol que vou aprendendo aos poucos, seu colo cheirando a tempero arde no fogo de um fogão a lenha que esfumaça as tábuas da tapera de chão batido, e agora mãe, olhando pra vc neste leito de ida vejo seu sorriso e sua música, vejo seu meigo sentar a beira de nossos bercinhos de madeira feito pelo papai, e tento ouvir sua voz lendo o GATO DE BOTAS, TOM SAWYER, BRANCA DE NEVE, e tantos outro. Nesse turbilhão de pensamentos há contraste deste seu rosto sorridente com este sofrido semblante que te envelhece num leito de hospital sem poder falar e tentando dizer algo. Fico pensanado que seja um apelo para que não deixemos de lembar de tanta coisa linda que vivemos, de quando ficou orgulhosa da minha primeira ida a escola. Lembra-se? vc me vestiu como a um pequeno executivo, terninho asul com bolsa de plástico preto igual a do 007, me beijou e ficou chorando a ver minha fila sumir escada acima, tenho a impressão que naquele dia vc não foi embora, ficou ali na entrada me esperando. E o lanchinho de pão com doce de abóbora embrulhado no guarda-napo que você bordou?
Você me lavava e vivia ralhando porque eu falava muito, penteava meus cabelos que nunca paravam arrumados, brigava quando soltava papeizinhos ao vento que prenunciava chuvas. E agora mãe: queria que os teus gemidos de dores fossem aquelas canções de ninar, de vc ajeitando com carinho aqueles lençóis de saco alvejado e nos beijando com doçura, nós eramos teu sonho, e agora? qual é o teu sonho minha doce sofredora? Eu senti teu beijo ontem, revivi todos os dias que fui teu menino, acho que quero beija-la mais, quero beija-la todos os dias e levar a lembrança de um anjo que tem lugar certo, eu não queria que sua missão de anjo tivesse sido tão bem sucedida, pois talvez,assim, não teria que partir agora.

Luiz Antonio Zanella Barbosa
21 de outubro de 2.004 2.15 h
Dia 22 partiu uma heroina.
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