Nascera um monstro
Sedento de sangue
“Destruir, sangue, destruir”
Dizia ele
Frustrado e mórbido
Era seu semblante
Assassino e assassinado
Era sua alma
Uma procaz ferida abriu-se-lhe na garganta
Fluía o sangue efêmero
Faca em seu sangue, sangue em seu rosto
Sangue em sua vítima
Rápida dança do sangue
Sangue, sangue, sangue
“Ahhhhhh!”
Gritava a vítima ensangüentada
Riu-se o poeta-monstro banhado em sangue
E riu-se noctambulamente
Crepúsculos olhos negros tinha, mórbida tez vermelha também
“A Vida há de morrer.; separou-se a Esperança do Desespero”
Quero o sangue, quero o ódio
Quero o medíocre sangue d’alma
Eflúvio passional e vermelho:
O Sangue
Enófilo enodoado
Invejo o assassino, quero ser um
Sentir o prazer eterno
Prazer das vermelhas feridas dos mortos
Invejo o assassino, quero ser um
Destruir a belesa artistica
E estetica de poemas e odis
Gritar, socar, bater, chutar:
Eis a essência da sublime vida
Eis o que queremos ser e eliminar
Eis os devaneios da existência
Amantes somos:
Ou se é heterófilo, ou homófilo, ou zoófilo, ou teófilo
Cidas somos:
Ou se é infanticida, ou parricida, ou regicida, ou malecida
Eis a vida, eis o sonho de matar, eis nossa condição:
Um manifesto inacabado
Espero que sejas o próximo a escrever!
(23/09/2001)
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