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cronicas-->A CASCAVEL E A ONÇA(crónica-fábula) -- 17/03/2010 - 16:02 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A CASCAVEL E A ONÇA (Crónica-fábula)
Ana Zélia

Certa vez, num local longínquo, uma Cascavel se arrastava na areia quente daquelas praias brancas, límpidas à procura de alguém que a entendesse no reino dos homens, já que em seu próprio reino nunca a entendiam e caminhava gingando o corpo, quando se viu frente a frente com a Onça e num tom delicado falou:
__ Aló! Amiga Onça!
__ Aló Cascavel! O que fazes por estas plagas tão às claras?
__ Vim à procura de alguém que me possa entender sem me cortar a cabeça, nem pensar em me esmagar a cacete. Ando tão carente amiga Onça. Ninguém me entende em meu mundo.
Senti-me tão perdida que resolvi procurar os homens para ver como agem. Estou de partida.

A Onça ouvindo aquelas palavras cheias de bondade, de tristezas, partidas de Cascavel, pensou com seus botões: __ Cascavel pirou de vez!
Ela sempre me pareceu senhora de si, dava a impressão de ser tão arrogante, matreira, que dá pra desconfiar.
Porque estava ela se sentindo tão carente. Perdera os amigos? Seus amores?
E pergunta à amiga:
Cascavel! Que houve com você, onde estão seus amigos, amores?
Onde está aquela fibra que a faz tão respeitável frente aos outros animais?
Ah! Amiga Onça! Cansei de tudo aquilo e vou tentar ver os homens de perto. Porei minha cabeça à forca.
O pior de tudo na vida é nunca se tentar ver o mundo de outro àngulo. Quero ver como são os homens...
A Onça seguiu seu caminho e Cascavel partiu á procura de aventuras.
O tempo passou e um dia a Onça encontra-se novamente com a amiga que cabisbaixa parecia retornar mais desiludida que antes, desiludida com os homens, com o mundo e pergunta: _ Quem eu vejo amiga Cascavel! Como vai a Senhora, faz tanto tempo desde aquele dia. O que achou dos homens? Fale logo.
Ah! Amiga Onça. O homem fez pior que os meus já que eles para destruir-me necessitam engolir-me toda. Os homens possuem tanta maldade em seus corações. Confundem tudo.
Certa vez observei um grupo que me pareceu verdadeiros heróis, os elogiei na minha simplicidade e qiuase tive a cabeça decepada a pauladas, quase me tiram o couro a sangue frio.
Não lhe podemos ser amáveis, nem os elogiar... Eles dizem logo: __ Ela se passou!
Há sempre alguns deles vendo o mundo negro como a noite. Sou Cascavel, mas meus pais me deram educação requintada, hoje a vejo transformada face às mutações sociais.
Minha coragem faliu frente a tanta maldade, eu que nunca houvera temido os fortes, sei que "As quedas maiores são das grandes árvores", tive medo.
Eles desconhecem o lema: "Só os covardes temem!" A coisa que mais me impressionou nos homens foi a sua filosofia de vida, eles ensinam tantas coisas bonitas, mas agem de forma adversa.
Amam e esquecem com a mesma facilidade. Fazem rir e chorar ao mesmo tempo quem os ama. Tive a impresso de que todos eles são sempre assim, esquecem o que eles chamam de mulher, de ser frágil como se elas nada representassem, fosse objeto descartável.
Vi no mundo dos homens tanta tecnologia e eles não a usam por descaso. Vi mulheres ansiosas ao lado do telefone à espera que o homem amado a ligue, mas o maldito não toca. O carteiro é a pessoa mais importante a elas, mas o homem amado á distància não se lembra que ela existe e o carteiro segue adiante e ela fica em lágrimas.
Nenhum recado, bilhete, nada, nada. Tive tanta pena delas, como são tolas, se iludem.
Não sabem que os homens nunca se lembram do que não lhes é importante, quando distantes só se lembram de seus trabalhos. Eles só vivem os momentos.
Ã’ Amiga Onça, estou decepcionada.
"A vida é arte de encontros, embora haja tantos desencontros na vida"
Ó Homens! Homens!
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Nota da autora- Artigo publicado no jornal "O Linguarudo", editado em 1984, bordo do catamarã "Amapá", da extinta ENASA. Foi uma fase onde o rio correu muito lento, hoje vive só nas recordações. Manaus, 17.03.2010 (Ana Zélia)



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