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cronicas-->NA SOMBRA DO PASSADO. (CASO DELMO) -- 04/04/2010 - 17:48 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

NA SOMBRA DO PASSADO. ACONTECIMENTOS QUE O TEMPO NÃO APAGA (CASO DELMO CAMPELO PEREIRA- “ESTUDANTE MÁRTIR”)

Ana Zélia

O 3º Milênio se aproxima, o ano 2000 bate à porta. Apaixonada pelo Direito penal desde quando me entendi por gente. Não poderia deixar de lado fatos que marcaram o século, partindo de 1901 a 1995.
Os crimes que abalaram a tranqüilidade da antiga província, da cidade de Manaus. Um se destaca pelo elevado número de réus que resolveram fazer “JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS”, corria o ano de 1952 quando em 05 de fevereiro aconteceu o CRIME DA ESQUINA DA FORQUILHA, tendo como vítima um jovem estudante ginasiano de 19 anos, DELMO CAMPELO PEREIRA, o ESTUDANTE MÁRTIR. A mim o crime do século em Manaus.
Tentei escrever a história real sobre os crimes do século, infelizmente o tempo destruiu quase toda a memória de Manaus, incêndio na Biblioteca Pública, mudanças, fungos, alguns jornais nos foram fornecidos, mas estavam quase destruídos, pegava-se com a alma. Pior em tudo isto é que a te hoje não consegui descobrir onde se encontra arquivado o processo “Caso Delmo”, mesmo tendo sido Secretária de uma Câmara Criminal do TJ/AM).
Corria o ano de 1952, dia 30.01.1952, o Jornal “ A Crítica” trazia em sua manchete de capa:
“Às primeiras horas do dia de ontem, rolava pela estrada, com destino ao km. 40, o caminhão de chapa nº 885, dirigido pelo chofer proprietário, quando mais ou menos no km. 6, depara com um carro marca “Hudson” de chapa n. 279, com as luzes acessas e capotado numa das margens da estrada de campos Sales no km. 9 da referida estrada, uma cena verdadeiramente estupefaciente ali jazia um homem com o corpo jogado fora da estrada e o pescoço enganchado fortemente entre dois arames farpados. Examinando melhor o cadáver, notaram tratar-se de um chofer, trajando calça de tubarão azul, paletó tropical marrom, sapatos marrons, uma aliança de ouro no dedo, um relógio folheado a ouro e no chão, uma caixa de fósforo e um livro de anotações. O corpo apresentava diversos ferimentos. Comunicado o ocorrido á Chefatura de polícia, para lá se dirigiu uma diligência policial, efetuando-se no local do crime, o levantamento cadavérico, vindo-se então a saber que se tratava do chofer de praça JOSÉ HONÓRIO ALVES DA COSTA, devidamente filiado na Sociedade dos Choferes, pai, filhos e residente à Rua Floriano Peixoto nº 232.
O vigia da Serraria Pereira Cia. Ltda. De nome ANTONIO FIRMINO DA SILVA, vigia, cearense, casado, com 46 anos de idade, residente à Rua Panair nº 23, Educandos.
Acompanhado do advogado Castro Monte, compareceu à Permanência de Polícia, o jovem DELMO PEREIRA FILHO.
Funcionou no inquérito policial, Delegado Auxiliar- Dr. José Milton Caminha e com a presença do Dr. Manuel da Rocha Barros. Como Curador de Menores, “ad hoc” o Dr. Francisco Manuel Xavier, em virtude do afastamento do titular Dr. Sebastião Norões que se encontrava ausente.
No dia 02.02.1952, Delmo diz:
“ Fui eu sozinho”.
DELMO CAMPELO PEREIRA, 19 anos de idade e residente na pensão Vasco da Gama, confessou ter ferido mortalmente ao vigia Antonio Firmino e assassinado friamente ao chofer José Honório Alves dos Santos.
Amigos de Delmo no Café “Sombra” foram os jovens Maximiliano trindade e Manuel de tal.
DELMO CAMPELO PEREIRA, nasceu em 16.04.1933, foi morto dia 05.02.1952, sepultura nº 48.668, quadra 6, do cemitério São João batista, era filho do Roberto Pereira, dono da serraria Pereira.
Aqui divagações por falta de documentação, vejamos o que diz o Jornal “A Crítica”. “Permanece em densas sombras, em que pese a palavra do vigia da Serraria pereira, o crime de que foi apontado como protagonista principal o inditoso Delmo Pereira.
O erro em que incidiram as nossas autoridades policiais quando do inicio do inquérito instaurado na polícia, procurando antes mesmo de melhor esclarecido o crime da “Forquilha”, fazer a reconstituição do mesmo, iniciando pelo fim, pois este deveria ter principio pela agressão ao vigia.
Delmo relatou que ao se dirigir a Serraria pereira em ali chegando gritou: “Vigia!”, reconhecendo pela resposta deste que estava de serviço o “Velho Firmino”. Relatou-lhe então, que ia até aquele local por ordem de seu genitor que teria momentos antes recebido um telefonema avisando-lhe de que havia um princípio de incêndio na serraria. Este o motivo alegado por Delmo para despistar o vigia. Pretendia Delmo ali subtrair um revolver pertencente ao gerente e que sabia ele encontrar-se numa das gavetas das carteiras do escritório. Obtida franca entrada no escritório da serraria Delmo sozinho, após haver acendido as luzes, procurou o revolver desejado. Remexeu várias gavetas. Nada encontrou que não uma caixa de balas. Voltando, encontrou debruçado na murada o vigia e pedindo-lhe para que fechasse as portas, perguntou pelos demais vigias a que Firmino teria respondido: “Estão para o lado do rio”. Então Delmo disse-lhe: ”Vou até lá embaixo para falar-lhes”. Passando para o interior da serraria, parte de baixo, Delmo disse que não encontrou os vigias. “Motorista” era o vigia de quarto, __ mas levantando um chapéu encontrou uma enxó e levantando-a para levar consigo em lugar do revolver, encontrou duas chaves americanas. Ficando então de posse de uma delas, com que veio a martelar a cabeça de Firmino.
Perguntas que o jornal faz: “Perguntamos nós. Onde se encontrava “Motorista”? Que horas foi encontrado o vigia Firmino? Quem o encontrou? Qual a primeira pessoa a falar-lhe? Quem comunicou o fato ao snr. Roberto Pereira? Como se soube que fora Delmo o assaltante de Firmino? Perguntas que pairam no ar, sem respostas, porque a Polícia não procurou averiguar.
Há um outro fato que ninguém procurou explicação. José Honório estava de paletó, prova disso está na afirmativa de Delmo de que teria tirado de seu paletó a importância de noventa cruzeiros. Acontece, entretanto que o paletó de José Honório não foi encontrado no local em que foi assassinado e tão pouco em qualquer outro até o presente momento. Quem teria carregado o paletó de José Honório? Conteria o mesmo alguns documentos? Possuiria ele algum indicio do crime da Serraria? Outro mistério não esclarecido. A Crítica” de 13.02.1952. (Manaus, 04.04.2010)
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Nota da autora- O Crime do Século, ou “Crime da Esquina da Forquilha”, onde um jovem estudante foi morto, esquartejado, esmagado pelas rodas dos veículos de um bando de motoristas enfurecidos, concluo esta parte como introdutória. Manaus, 04.04.2010 (Ana Zélia)



 

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