O relento de estarmos
sem a asa dos abraços
fossiliza a calma.
Somos ávore, as mãos
nascem nas mãos
do outro. Meu amor,
meu corpo-metade,
mar das lágrimas
que não me fogem,
fonte dos rios do olhar,
estrela-farol, felina
a morder com os braços
a sede da minha cegueira,
meu amor vem, faz
brotar aluz dos sulcos
do nosso ser ulterior,
derrama-te sobre o corpo
que definha sem ti.
Estás a alguns metros
e os prelúdios e o imaginário
só vagamente aplacam
este exílio piegas de tanto
precisar de te abraçar,
morder, aprender a amar!
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