Uma fímbria ténue
de brilho sulca
o negrume aceso.
O enigma dócil,
rosto nosso bebido
no que te absorvo.
As palavras atrapalham.
Tropeço na densidade
da tua cor e logo
a semântica se dilui.
Uma asa derrama-se,
insubstancial, nossa.
Ficaram esses olhos
de que fuji sem convicção.
Sábio e leve, o olhar
que é o teu, esperou,
na ruptura das marés.
E era lua cheia.
Lembro-me agora
que nem sei dizer
o que queria. Apenas
um curso fluvial
de letras transporta
o desejo de te rever. |