No começo do ano, e porque não, deste milênio o Brasil demonstrava uma certa progressão em seus setores econômicos. O crescimento do setor industrial e a maior entrada de capital estrangeiro nos davam a idéia, de que esta era a chance de nosso país mostrar à Economia Mundial a sua potencialidade, e assim estaríamos direcionados ao avanço econômico. Agora seria a nossa hora!
Como sempre o povo brasileiro se mune de otimismo, devoto da esperança, este enxergava uma luz no fim do túnel. Um túnel de mais de 500 anos, onde a sua escuridão permite a tolerância à corrupção e a precária condição de sua estrutura. O povo brasileiro não é cego, mas no meio da escuridão, este só poderá fixar seus olhos na luz ao horizonte e se dirigir cautelosamente ao fim deste tenebroso túnel.
A cada ano esta luz se tornava mais forte, mas infelizmente teve de ser apagada em função do racionamento. “Estamos à deriva”, gritaria o marujo para o seu capitão desavisado, em outro caso semelhante. E assim o navio se encontra desgovernado e sem rumo, por sorte nossa estamos em solo firme, ou melhor, quase firme.
Enquanto no ar, o aviso é assim: “Atenção senhores passageiros, devido um erro de cálculo em nosso abastecimento estamos com baixa autonomia de vôo. Mas não se preocupem, desligaremos as nossas duas turbinas para economizarmos o combustível”. Será que chegaremos ao destino que desejamos?
Acredito que não! Faz muitos anos que vivemos na recessão para conter a desvalorização de nossa moeda, mas isto não vem acontecendo. Afinal é o Dólar que sobe, ou o Real que desce? E isto tende a se agravar com o racionamento de energia, o país vai conter a sua produção gerando um crescimento apenas no desemprego. Uma situação que irá durar mais de quatro anos, com conseqüências cada vez mais desagradáveis. Desculpe-me o pessimismo, pois o meu otimismo está sendo racionalizado.