O Centro de Convivência da Mooca (Ceco) foi criado há dois anos e vem realizando, com sucesso, oficinas que ajudam pessoas de todas a idades e níveis sociais a melhorar sua qualidade de vida.

Essas oficinas, de acordo com Maura Boccato, 40, nutricionista que trabalha no Ceco desde sua implantação, ajudam no resgate da auto-estima dos participantes. “Algumas pessoas relatam que melhoraram seus quadros depressivos, pela freqüência na oficina. É um trabalho de autoconhecimento, de valorização do ser humano, de aprender a trabalhar em conjunto, em comunidade, fazendo alguma coisa pelo outro”, relata Boccato.

Eole, 47 anos, freqüenta o Ceco pela segunda vez. Participa da oficina “Peso Saudável”, que ensina às pessoas uma alimentação mais equilibrada. Afirma que todas as atividades são uma higiene mental. “O grupo me animou, eu consegui perder peso que já há muito tempo não perdia”.

O Ceco está instalado no Clube da Cidade da Mooca, onde também funciona uma unidade da AACD. A divulgação dos projetos é feita através do jornal do bairro pela assessoria de imprensa da Prefeitura e também boca-a-boca. “As pessoas que freqüentam acabam trazendo amigos” diz Boccato.

Dentro do Ceco são desenvolvidas várias oficinas: Peso Saudável, Criação e Arte (artesanato), Consciência Corporal (trabalha a respiração, o corpo, relaxamento, automassagem), Tarde Musical (realizada uma vez por mês), Fisioterapia – exclusivo para pessoas acima de 60 anos, que funciona às segundas e quintas-feiras, pela manhã. De acordo com Maura Boccato, já houve uma oficina de dança de salão, que não acontece mais porque eles estão sem professor.

Dona Eunice, 61 anos, freqüenta o Clube da Cidade Mooca há 10 e já participou de projetos de caminhada e ginástica. Agora ela freqüenta a oficina “Peso Saudável”, onde pretende perder um pouco de peso, para voltar às caminhadas.

O Centro de Convivência promove, ainda, festas, visitas a fábricas – como Nestlé e Coca-Cola – e viagens que duram até três dias. Essas viagens, segundo Dona Eunice, custam muito pouco: “É uma quantia muito pequena, às vezes não se paga nada. Então dá pra todo mundo participar.

O Ceco oferece, também, um serviço domiciliar: a equipe, acompanhada de um geriatra do posto de saúde, visita idosos sem condições de se deslocarem até o Centro.

Segundo a responsável pelo Centro de Convivência, Cristina Costa, 37, fonoaudióloga, o Ceco não tem grandes necessidades no momento: “temos nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional, eu sou fonoaudióloga, temos fisioterapeuta, fora a médica que vem para o atendimento domiciliar. Nossa equipe está completa, com profissionais de formações diferentes, que contribuem bastante. A Prefeitura envia todo o material usado pelo centro, que não aceita doações em dinheiro. Mas a comunidade pode ajudar doando, por exemplo, eletrodomésticos. “Teve gente que já doou fogão, geladeira”.

Atualmente o Ceco está criando uma espécie de cooperativa – não é propriamente uma cooperativa, porque seu regulamento é diferente – que visa ajudar pessoas impossibilitadas de trabalhar, como deficientes mentais e idosos. O objetivo é que eles se organizam para participar de feiras de artesanato para vender o material confeccionado. Há também uma oficina de criação de brinquedos, voltada para crianças e adolescentes.