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cronicas-->UMA PENA -- 13/04/2001 - 13:07 (José Renato Cação Cambraia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(Este texto se refere à decisão do Prefeito de Paraguaçu Paulista em trazer para a cidade uma penitenciária estadual)

UMA PENA

Semana que vem vai fazer um ano desde minha primeira crónica para a SEMANA. Foram 38 no total, esta sendo a 39a. Se alguém quiser ler alguma delas (sei lá, tem doido pra tudo nesse mundo), pode visitar www.usinadeletras.com.br e procurar pelo autor (eu!!), no "busca" do site. Todas elas estão lá.
Quem leu pelo menos a maioria delas, deve ter notado que eu nunca, em nenhuma linha, escrevi algo sobre a politiquinha idiota da nossa cidade. Nunca assumi, nos meus textos, lado algum, nem sequer opinei sobre algum assunto que pudesse, mesmo que muito de leve, lembrar alguma coisa relativa a este ou aquele lado político. Dessa forma, sempre encontrei nesse espaço, tão gentilmente cedido pela SEMANA, um canto para exercitar meus neurónios, expondo minhas idéias e devaneios, brincando de cronista. Afinal, como eu não sei dançar, tenho que escrever.
Apesar de não gostar disso, dessa vez não consegui segurar minha vontade de comentar uma decisão política do nosso prefeito municipal. Afinal, não é todo dia que uma cidade ganha um presente tão incómodo quanto um presídio estadual.
Acho que dá pra entender por que a maioria das pessoas se incomoda tanto com a presença de um estabelecimento desse tipo. Rebeliões toda semana, reféns, chacinas e canibalismo (o dr. Hannibal Lecter perto dos caras do PCC é fichinha...). Além disso, há as romarias de parentes de presidiários que, acompanhando seus enjaulados familiares, chegam sem dinheiro e sem comida, acampando em qualquer canto e esmolando pela cidade. Assis que o diga. No caminho para Marília, onde a unidade da FEBEM está quase pronta, eu já passo ali imaginando moleques-bandidos jogando galhos e pneus em chamas na estrada...
Trazer uma penitenciária para nossa (já nem tanto) pacata cidade não é uma decisão tão banal como, por exemplo, decidir a data e horário do desfile das escolas no aniversário da cidade, que pode ser imposta sem se darem ouvidos a outras pessoas interessadas. Nem quanto demitir esta ou daquela diretora de escola, mesmo sendo ela notoriamente uma das mais competentes da cidade. Tudo bem, essas são as coisas da política, mesmo (o que a torna tão irritante, aliás). Afinal, as promessas de campanha devem mesmo ser cumpridas.
Assim, eu me questiono se tal decisão está realmente sendo levada a sério, uma vez que a relação custo/benefício está mais para prejuízo/benefício. O papo da geração de empregos realmente não faz muito sentido, pois os cargos no presídio serão distribuídos por concurso público. A obra em si, por mais pessoas da cidade que empregue, é temporária (enquanto a construção de casas de veraneio nas margens do Grande Lago duraria bem mais, sem falar nos Hotéis e no comércio). Será que não existe uma maneira menos penosa para nossa cidade de agradar nosso governador? Será que cidades tradicionalmente turísticas, como Águas de Sta. Bárbara, Águas de São Pedro, a novíssima e na moda Brotas (que tem um ecoturismo fantástico!) também se "candidataram" para ganhar o "presente"?
Não quero que ninguém interprete essa minha opinião com algum cunho político. Como eu já disse, detesto política. Escrevo como um profissional que escolheu essa cidade para trabalhar e investir. E o principal motivo, além de minha família estar aqui, que todos nós, que moramos aqui, nos conhecemos. Provavelmente eu conheça você que está lendo isso. Ou um parente seu. E você provavelmente me conheça, ou a um parente meu, ou moramos na mesma rua, pedimos a mesma pizza na Dardanella, íamos ao cinema (que saudade...), ou até nos cumprimentamos sem nunca termos conversado. Com certeza, pelo menos uma ligação nós temos: moramos no mesmo lugar.
Posso não ser lá muito inteligente, mas não sou idiota a ponto de desejar que as coisas dêem errado por aqui só porque meu candidato a prefeito não ganhou. A eleição acabou em outubro, e já foi quase meio ano desde 1° de janeiro. Temos que torcer, ajudar e participar para que as coisas sempre melhorem para a cidade, independente de quem a esteja governando. Obviamente não sabemos quem está certo e quem está errado. Como diria o lugar-comum, "só o tempo dirá...". Mas opiniões devem sempre ser ouvidas. E a minha pode ser resumida, o final das contas, uma só coisa: qual o tipo de hóspede que você prefere na nossa cidade? O de pijama listado ou o de càmera fotográfica no pescoço?

A SEMANA 13/04/01
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