Usina de Letras
Usina de Letras
14 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62285 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10388)

Erótico (13574)

Frases (50677)

Humor (20040)

Infantil (5458)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6209)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Humor-->Escola para gagos -- 07/02/2007 - 19:40 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Escola para gagos


Em Tremembé, SP, havia um farmacêutico gago. O nome dele era Luizinho e gostava muito de todos nós, os propagandistas. Nós também gostávamos dele, a gente só ia visitá-lo na pequena cidade por amizade, pois pedido, que era bom mesmo, nunca saía. Todos já sabíamos que o seu movimento era pequeno, os pedidos que dava eram minúsculos e ainda pagava mal. Receber dele era uma pedreira. Nesse tempo, havia no setor do Vale do Paraíba o propagandista Cassab, que representava o Laboratório Knoll e era um grande gozador. Tudo para ele era motivo de trocadilhos, tinha uma fala mansa e arrastada, fingia-se de morto para ganhar sapato novo. O Caju ainda está lá, em Pinda, vivo e muito bem de vida para testemunhar em meu favor.
Alguns dias antes o Cassab já tinha tirado um sarro da minha cara no famoso ponto de encontro do Paris Café, no centro de Taubaté,SP —uma história que acabou se tornando famosa em todo o meu setor de trabalho. Eu tinha saído do Byk e me transferido para o Lafi, um laboratório maior e mais importante, que “dava” carro ao propagandista e pagava bem melhor. Eu estava, como se diz na gíria, “de salto-alto”, hoje eu diria altíssimo. Havia uma multidão de propagandistas no local e ele virou-se para mim e perguntou: “E aí, Tripinha, você está feliz no Lafi?”. Eu respondi que sim, claro que estava! Na seqüência do diálogo, e todos os colegas já esperavam por isso, ele veio com a sua conclusão demolidora: “Isso é bom, Tripinha, mas é preciso saber se o Lafi “também” está satisfeito com você...” Foi uma gozação geral e dos diabos.
Mas voltemos a Tremembé, ao Cassab e ao gago Luizinho. Certo dia, depois do sagrado pedido feito e da duplicata recebida, o Luizinho e o Cassab conversavam amenidades sobre o balcão. O farmacêutico, gaguejando sempre como era de hábito, virou-se para o amigo vendedor e indagou: “Amigo, Cassab, você que mora em São Paulo, não conhece por lá uma boa escola para gagos? Eu gostaria de melhorar minha imagem...”
O Cassab suspirou fundo, fez uma cara paternal, uma cara de quem vai dar um conselho importantíssimo, apoiou-se no ombro do farmacêutico e disse carinhosamente: “Meu caro Luizinho, não vá gastar dinheiro à toa... Você quer uma escola de gagos para quê?... Você já está gaguejando tão bem!...”
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui