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Humor-->O curandeiro Josué -- 14/02/2007 - 20:36 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O curandeiro Josué

Em Monteiro Lobato, SP havia um farmacêutico da melhor qualidade, famoso pelas suas curandeiragens e pelas supostas curas milagrosas que conseguia. Seu nome era Josué, um mulatinho simpático, de fala mansa, muito gentil que já tinha sido Prefeito da cidade por duas vezes. O movimento da sua farmácia era maior do que o de muitas drogarias de São José dos Campos, uma cidade próxima e bem maior. O Josué gostava de receber uma “corda” dos vendedores e dava, em troca do elogio, bons e substanciais pedidos. A gente já sabia disso, da sua vaidade pessoal, e aproveitava para vender o nosso peixe.
Ao ver o povaréu ali presente, dizíamos para agradá-lo: “O Pacaembu está lotado, não é mesmo seu Josué?” Os olhos do escurinho até brilhavam, e ele retrucava: “Menas, meu filho, menas!...” Mas isto é uma outra história que um dia contarei para deleite do meu fiel leitor, o ex-propagandista Manoel Cândido, morador de Brazópolis, MG.
Picado pela mosca branca da vaidade, certo dia o Josué resolveu mudar para São José dos Campos, uma cidade que, na época, já se encontrava em franco desenvolvimento. Seu objetivo era competir com as grandes redes de farmácias que surgiam no país. A fama do curandeiro era conhecida em todo o Vale do Paraíba, de sorte que o movimento da sua botica não só se deu bem na nova cidade como aumentou o faturamento. Na cidade grande, porém, não podia ser mais o mesmo “curandeiro gentil” de antes, nem tinha tempo disponível para se dedicar a todos os clientes que o procuravam. Apenas se limitava a receitar umas vitaminas, fazia um benzimento rápido e deixava o resto por conta da sorte.
Certo dia, apareceu na nova farmácia uma família inteira de velhos conhecidos de Monteiro Lobato trazendo um velhinho para a consulta de praxe. Mas o caso do homem era lamentável, estava no fim da linha. O Josué foi atencioso como sempre, mas “passou” apenas umas injeções de Bituelve, uma vitamina B12 famosa na época, vendida pelo, hoje doutor, Décio Rocha, e soltou o velhinho no mundo, entregando-o à própria sorte. Um mês depois, um pouco mais um pouco menos, apareceu por lá um dos filhos do velhinho. Curioso, o Josué quis saber da saúde do homem, queria saber se ele tinha melhorado, como estava passando, essas coisas comuns aos farmacêutico que querem segurar o freguês.
E, para surpresa do Josué, veio a resposta humilde de quem não quer jamais ofender a um homem rico e famoso: “Meu pai morreu, seu Josué, mas graças às vitaminas vermelhas que o senhor lhe deu ele ficou um defunto muito bonito, corado corado, o senhor até precisava estar lá pra ver que beleza!... Deus lhe pague!...”

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