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Poesias-->PROFECIA -- 06/04/2000 - 15:20 (sidney pires) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PROFECIA



Era manhã de outro dia



E bem lá do alto



A luz do sol descia



Espalhando calor, fazendo mormaço



Tingindo de ouro a nudez toda do espaço





Lembrar de tudo agora



Até parece um sonho



Mas o beijo quente do sol



Sobre a folhagem



Fazia as sombras desenharem de miragem



Obras-primas pelo chão





E folhas velhas, ressequidas,



Espalhadas na terra batida



Formavam tapete sonoro



Farfalhando soltas, e ao mesmo tempo,



Ao gosto maroto do vento





Se lembro de tudo correto



Não era um domingo discreto



E nosso pai nos conduzia



Na mais contagiante alegria



A um campo de futebol





Bastante incomum esse dia



Pois nosso pai nos levava



E esse detalhe transmutava



Em prata, sobras de lataria



Em ouro, qualquer mixaria





( Só que os pais quase nunca têm tempo

De perceber que existem pequenos detalhes)





E embora o nosso grupo caminhasse



Corresse ou até brincasse



Com os pés plantados na terra



As cenas se passavam em outro mundo



Bem maior e muito mais fecundo



Que é o do sonho e doce amor infantis





Que aparentemente todos sabem



Não ter vida objetiva



Esse mundo, posto ser a realidade da criança



Sempre maior, mais plena e mais bonita



E nunca caber no espaço de dimensões



Finitas, da memória adulta



O túmulo de toda esperança





Logo, então, saímos do mato fechado



E para espanto da gente



Desenhou-se horizonte enorme à nossa frente



Cercado de um céu azulado e



Salpicado de nuvens bonachonas





Que ora realçavam, ora escondiam,



Balões de folhas coloridas, gomos geométricos,



A realizar um show no palco aéreo



Subindo rápidos, descendo sempre lentos,



Como se houvera um bolero



A marcar aquele junho profético





Foi quando então me surgiu



Um balão na forma de navio



Que eu nunca mais vi igual,



Muito menos tão bonito,



Que navegando nos mares de anil



Parecia buscar as praias do infinito





(Levando na proa hipnotizados



Dois marujos com sede de mar alto)





Tão belo ele era roubou o céu todinho



Tanto dos grandes, como dos ninos,



E extraiu do meu pai atento



Expressões técnicas precisas



Sobre o singular invento





Que nós nem demos muita atenção



Nem eu, nem meu irmão,



Pois de bocas escancaradas



E o olhar na imensidão



Éramos indefesos marinheiros



Escravos daquele balão





E foram momentos extemporâneos



De encantamento, ternura e magia



Nós dois no topo do mundo



O mar imenso à nossa frente



E desdobrou-se a profecia............





“Foi manhã certo dia



E que danado de lindo esse dia



No alto, um grande sol brilhava



Intenso, que até tatuava



Um tesouro, a fogo, na alma desguardada





Não era feito em ouro, nem neste mundo,



Mas em outro muito mais fecundo



O do sonho e a ilusão infantis



Muitas vezes incompreendida



E em outras, jogadas num canto esquecida





( Mas não deve deixar-se apagar



Nem nunca querer partir)





Como um domingo e dois irmãos



Como nas nuvens um balão



Como sumiu meu navio



E nós ficamos de mãos abanando



Parados no tempo



Como se a vida acenasse o derradeiro sorrir”



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