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Cronicas-->Eleições: Do traço ao topo -- 17/08/2010 - 08:47 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
http://www.bonat.com.br/2010/08/16/eleicoes-do-traco-ao-topo/

Eleições: do traço ao topo

Hamilton Bonat

Tenho em mão pesquisa realizada no segundo trimestre deste ano, por iniciativa da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, cujo tema era confiança nas instituições. As Forças Armadas ocupam o primeiro lugar, com 63% de aprovação. Poder-se-ia deduzir que o mesmo percentual da população votaria em militares. Poder-se-ia...

A cada eleição, dezenas de camaradas, em geral na reserva, concorrem pelos mais variados partidos. Infelizmente, nas pesquisas eleitorais, eles não saem do traço, que representa aqueles que sequer são citados. Por quê, se a população confia nos militares?

Comecemos a procurar as respostas de dentro para fora. Querer falar de política com a família militar é angariar antipatia e encontrar resistências. Somos um "exército de apolíticos". Nosso subconsciente passa a enxergar em quem tem a coragem de submeter o seu nome e arrisca a se candidatar, como um futuro corrupto. Não o vemos, erroneamente, como alguém que irá lutar pelos interesses da Nação, das Forças e dos próprios militares.

A dificuldade para divulgar a candidatura é outro obstáculo. Claro que nos quarteis seria inaceitável. Discussões políticas podem exacerbar paixões por vezes incontroláveis. Permitir isso, num ambiente repleto de armas, seria uma irresponsabilidade. Ninguém esquece que, a mando de Luís Carlos Prestes, soldados assassinaram seus companheiros enquanto dormiam, na Intentona de 1935. Curiosamente, os clubes e associações militares, que representam um espaço disponível, ainda são subaproveitados para a divulgação.

Há, também, uma limitação de caráter financeiro. Não é segredo a penúria em que vive o nosso pessoal. É igualmente sabido que uma campanha, por mais modesta que seja, custa caríssimo, pelo menos para quem está habituado a contar centavos para administrar o orçamento familiar e o das organizações militares. Assusta-nos o preço para imprimir até o item mais barato, os famosos "santinhos". A solução seriam doações, mas temos vergonha de solicitar. Somos assim... Não sabendo pedir,não conseguimos divulgar que somos candidatos.

No fato de o pessoal da ativa não votar reside outra causa. Sempre que assumia algum comando, eu reunia meus oficiais e sargentos e perguntava quem tinha o Título naquela guarnição. Cerca de 20% levantava o braço. A partir daí, eu tomava medidas de modo a facilitar que eles e as esposas transferissem seu domicílio eleitoral. Obviamente, não podia impor em quem deveriam votar.

A dispersão de esforços é mais um problema. Na última eleição, em Curitiba, tivemos 8 candidatos a vereador: 5 do Exército e 3 da Aeronáutica. É desnecessário dizer se algum venceu. No próximo pleito, pelo menos neste último aspecto, começamos bem. Temos apenas um candidato a deputado federal, o Coronel Figueiredo, e outro a deputado estadual, o Subtenente Rigotti.

Perante tantas dificuldades, cabe a nós todos cerrar fileira em torno desses nomes e divulgá-los entre nossos amigos. Muitos dos 63% dos brasileiros que, conforme a pesquisa da FGV, confiam nas Forças Armadas, ficariam contentes em saber que há militares-candidatos. Embora sejamos pessoas de palavra, somos, por formação, mais da ação do que das palavras. Para sair do traço e chegar ao topo, é preciso agir, arrregaçar as mangas.

E.T.: não menosprezemos o formidável poder da internet.

Este artigo foi publicado em Monday, 16/08/2010 e está arquivado dentro de Uncategorized. Você pode passar para o fim e deixar um comentário.
2 Respostas para "Eleições: do traço ao topo"
PAULO CHAGAS Diz:

16/08/2010 às 22:37
Excelente abordagem, Hamilton, dá o que pensar. Pela lógica da matemática e da aceitação (mais de 60%) vencer eleições deveria ser a coisa mais fácil e óbvia, mas a lógica é outra e precisamos mudá-la! Parabéns pela lucidez!
Fraterno abraço
PChagas

JHP ALLEMAND Diz:

17/08/2010 às 07:50
Bonat, cumprimento-o por abordar essa importante questão da representatividade militar na política. A Revista do Clube Militar em sua edição de n°437/Mai/Jun/Jul-2010, traz uma entrevista com o Gen Ex Heleno - em minha opinião um dos chefes militares mais respeitados civil e militarmente na atualidade - que pode trazer uma luz sobre esse assunto. A revista perguntou-lhe: Na internet, especulou-se bastante sobre uma possível candidatura sua a Deputado, a Senador e até a Presidente da República. V Exa admite, para o futuro, pensar num projeto na área política? E o Gen Heleno respondeu: Não tenho qualquer aspiração nessa área. Respeito os que exercem a Política, com ética e dignidade, no entanto o meu perfil não se alinha com os requsitos básicos para o desempenho dessa atividade, na atual conjuntura. Além do mais, não gostaria que meus pares e subordinados deduzissem que minhas atitudes, ao longo da carreira, escondiam aspirações políticas. Acho que essa colocação do Gen Heleno ajuda-nos a entender o nosso pouco apego à política, e consequentemente, a nossa baixa representatividade. Não serão palavras e nem ações descoordenadas que irão resolver. A questão é muito mais profunda. O que o levou a pensar assim? Saudações.


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