Bêbada, vigiando o teto, calada.
Serena, melancólica e ridícula.
Tenho em meus braços um ingrato vínculo
para o outro lado não projetado.
Sou a perfeita inspiração para um fado.
Sou a esterilidade para um íncubo.
Sou simplória vantagem de algum título
recebido com amor entediado.
Serotonina, que a tudo devora,
digere meu orgulho e, satisfeita,
sem despedidas larga-me ao descaso.
Divago como está o mundo lá fora,
a chave encontra-se a minha direita...
ainda assim torna-se em cela meu quarto.
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