**AO SOM DE sour times- PORTISHEAD**
Óh sensação terrível,
Da noite que me rodeia
Tomando-me à força a alma,
Meu caminhar contamina,
De braço dado oferece
À sombra que me alucina
Meu corpo vil entrevado,
Presente que a vida enfeia...
Consigo traz companhia
Do vento que me apavora
E empurra meu corpo leve,
À frente na escura estrada
Que leva ao encontro de amigos,
De simpatia comprada,
Alimentando em meu peito
A mágoa que me devora...
Ah, mentira do mundo,
Que vive me atormentando
Concede à pobre verdade,
Status de coisa rara
Lançando o sincero à porta
Do inferno que se escancara,
Sem medo algum, bate ao peito
E segue nos dominando...
E vai caminhando a vida
Enquanto minha carne enruga
E o sol vem trazer saudades
Do olhar que para mim sorria
E a nuvem me faz lembrar,
Beleza que em mim se via
Levando-me a empreitar
Tão desesperada fuga...
No ato de insanidade
Da mão que dá a punhalada
É o ter a felicidade.;
Razão desse desatino,
Quem sabe a cura das dores
De nosso infeliz destino,
Não está no vermelho sangue
Que escorre na madrugada?
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