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Contos-->Memórias... (Capítulo LVI) -- 17/08/2001 - 14:36 (ADOLF HITLER) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O silêncio dentro do Bunker somente era quebrado ocasionalmente pelo ribombar dos morteiros e obuses que caiam não muito longe. Meus passos ecoaram pelos corredores ao caminhar em direção ao escritório onde deveria encontrar Göering. Frau Gerda Christian, minha secretária, recebeu-me com um gesto cordial e abriu a porta. “Feliz aniversário, mein Führer!” sussurrou ela. Dentro, para minha surpresa, além de Göering, estava lá o que restava do alto comando alemão: Keitel, Jold, Krebs, Burgdorf e ... Eva. A dor do meu coração foi repentinamente aliviada ao contemplar aquela figura jovem e envolvente, naquele 20 de abril de 1945. Aceitei os cumprimentos que me foram dados e convidei a todos a me acompanhar no banquete que esta à mesa: sanduíches e suco.

O clima estava uma merda e as últimas notícias do front não eram nada animadoras: Os soviéticos estavam nos arredores de Berlim e havia somente uma estrada ainda aberta a uma eventual fuga para o sul, para a Bavária. Lá, queriam meus generais organizar a Resistência Final, perto de Salzburgo, no local denominado pelos ingleses The Eagle´s nest (o ninho da águia): uma fortaleza encravada nos Alpes, difícil de ser alcançada por terra e pelo ar. Inexpugnável do ponto de vista militar.

Porém, o que meus comandados não sabiam era que o grande prêmio era Berlim. Curiosamente, os ingleses haviam deslocado suas forças em direção ao sul, desprezando uma chance única de chegar à frente dos soviéticos na Capital do III Reich. Pessoalmente, preferia ter Montgomery a bombardear minha porta aos porcos do exército vermelho, salvos da derrota extrema por uma conjuntura de fatores única: o inverno impiedoso que caiu na Europa naquele 1941 e inviabilizou a tomada de Moscou e o ataque imbecil que os japoneses haviam feito aos Estados Unidos, envolvendo no conflito um inimigo de outro continente, praticamente longe do alcance das nossas armas (mais uma vez os japoneses mostraram que não sabem ser práticos). As fábricas americanas funcionavam a pleno vapor e supriam os ingleses, franceses e comunistas com suas reservas inesgotáveis de pessoal e armamento. Os Soviéticos eram os menos dignos a tomarem minha amada capital e, por ironia do destino, tinha-os a bater na minha porta com seus exércitos bucéfalos.

O prêmio máximo era Berlim... Stálin devia estar babando feito cachorro louco ante a possibilidade de chegar aqui primeiro. Tudo que Hitler simbolizava estava materializado em Berlim: a Chancelaria, os Gatter von Brandenburg, o Reichstag.... Berlim era o prêmio máximo. Eu sabia disso, Stálin sabia disso. Fugir para o sul?! Impensável! Sair daqui e deixar a Wermacht se virar sozinha? Que moral teriam meus soldados ao saber que o seu Führer havia corrido daqui tal qual um cachorro com o rabo entre as pernas?! Nein! Tudo começara aqui... tudo terminaria aqui... minha diretiva expedida aquele dia foi clara: “lutar até o último homem e depois se enterrar nos escombros”.

“Está tudo acabado”. Eva olhou-me surpresa. Jamais pensou que ouvisse essas palavras da minha boca. “Você sabe que estamos no fim, mein liebe, por que não foge para o sul? Temos nossas contas secretas e sua identidade pode ser mudada num piscar de olhos, basta que digas....”. Agora, estávamos sozinhos e Eva sentou-se elegantemente no sofá. ”Você viria comigo?”. “Impossível! O destino da gloriosa Alemanha é o meu destino”. “Então nada feito!”. “Você é muito teimosa!”. “Sem você eu não vou!”. Surpreendi-me com sua resposta convicta e calei-me. Eva era a única pessoa que podia dirigir-se a mim desta forma, qualquer outro pagaria com a vida.

“Quer casar comigo?”. Pergunta tola! Claro que Eva queria! Sempre dera a entender isso e, ante o remota possibilidade de conseguí-lo, optara por ficar ao meu lado. Fiz aquela proposta de cabeça feita uma vez que todos os empecilhos que se levantavam contra nossa união tinham acabado. “Podemos nos casar aqui...”. Eva olhou-me profundamente. Vi que refletia. “Você sabe que sempre quis isso...”. “Então diga que sim querida”. “Adi, eu adoraria casar com você”. “Perfeito! Vou providenciar tudo”. Peguei-a pela mão e beijei-lhe docemente os lábios. Eva olhou-me cheia de ternura, mas o ecoar de uma série de canhões disparando acima de nossas cabeças chamou-nos de volta a realidade...
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