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Cronicas-->O papel do presimente -- 07/10/2010 - 12:41 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Folha de S. Paulo - 7/10/2010

O papel do presidente

Críticas ou elogios à conduta de Lula na campanha não deveriam se pautar por conveniências eleitorais, mas por princípios e valores

Consta que a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o primeiro turno da campanha eleitoral foi alvo de críticas por parte de aliados. Após reunião anteontem no Palácio da Alvorada, na qual Lula e ministros encontraram-se com governadores e senadores eleitos pela aliança governista, alguns deles disseram ter recomendado participação menos agressiva do presidente no segundo turno que se inicia.

Censuraram, entre outras coisas, os ataques dirigidos à imprensa e o tom exaltado das intervenções do presidente nos comícios de que participou país afora.

O senador eleito Roberto Requião (PMDB), ex-governador do Paraná, resumiu assim as preocupações: "Lembro de uma eleição em que eu estava xingando todo mundo. O senhor ligou para que eu fosse mais como o senhor: "Lulinha paz e amor". Agora eu vim aqui dizer isso para o senhor".

Ninguém deve ter ilusões em relação à motivação dessa romaria de apelos ao bom-senso. Os aliados que recomendam menos fúria a Lula são os mesmos que estariam exaltando a sua verve caso as urnas não tivessem frustrado o triunfalismo governista.

A crítica (ou o elogio) à conduta do presidente não deveria se pautar pelo oportunismo ou por conveniências meramente eleitorais, mas por princípios e valores.

É óbvio que Lula tem todo o direito de defender seu governo e escolher um lado na disputa da sua sucessão. É óbvio que pode manifestar preferências partidárias e participar da campanha eleitoral, como qualquer cidadão.

Mas o presidente da República não é um cidadão qualquer. É o chefe do Estado. E Lula não soube se comportar como tal em diversos momentos da campanha.

Pelo contrário, fez questão de misturar a figura do presidente com o líder do partido e quis, desde o início, exercer uma tutela quase incontrastável, não apenas sobre a candidata que inventou para apoiar, mas sobre o próprio processo eleitoral.

No início de abril, flagrado em campanha irregular antes do prazo permitido por lei, Lula tratou com desdém a Justiça Eleitoral. Mais adiante, entre tantos arroubos inadequados, disse que iria "extirpar" do país um dos partidos da oposição.

No 7 de setembro, Dia da Independência, foi à TV não para falar ao país na condição de presidente, mas apoiar, no horário eleitoral do PT, a sua candidata. Seria difícil exemplo mais simbólico.

Está certa a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, quando pede que o presidente se comporte de maneira "mais republicana e mais democrática" e reprova a obsessão de "fazer a sua sucessora a qualquer custo".

Ao levar o pleito presidencial para o segundo turno, o eleitorado deu, no último domingo, uma prova de que não está disposto a aceitar a tutela do governo.





ELIANE CANTANHÊDE

Política e bruxaria



BRASíLIA - Afinal de contas, quem venceu o primeiro turno?

Dilma ganhou porque ganhou mesmo. Teve 14,3 pontos a mais, quando a regra diz que quem vence o primeiro turno vence o segundo e está virtualmente eleito.

Mas Dilma também perdeu, e muito, porque ela e Lula cantaram vitória antes da hora e houve uma reversão de expectativas. Isso suscita uma série de lugares-comuns, como: Dilma caiu do cavalo, a candidata tropeçou no salto alto, ou a onda morreu na praia.

São expressões que "colam", porque carimbam o resultado e se disseminam como se fossem uma tendência. Principalmente combinadas à postura de Dilma no segundo turno: voz cansada, olheiras profundas, parecendo menos otimista, até um tanto descomposta, cercada de gente sorumbática. E sem Lula à vista.

Com Serra, ocorreu o oposto: ele ganhou porque passou a maior parte da campanha engolindo sapos e nossa insistente previsão de que estava morto e ressurgiu das cinzas para o segundo turno.

Daí porque o contraste: Dilma, com 46,9%, reapareceu com ar derrotado; Serra, com apenas 32,6%, comemorou como se eleito estivesse, cercado de amigos sorridentes e com ar confiante -aliás, como nunca se vira nesta campanha.

Mas Serra "perdeu perdendo", como disse Marina Silva às vésperas do dia 3, porque entra na reta final em forte desvantagem numérica e de condições. Dilma saiu do primeiro e entrou no segundo turno com mais partidos, mais dinheiro, a máquina e gente fazendo sua campanha por toda a parte.

O jogo só empata agora no quesito TV e rádio, pois os dois candidatos passam a ter um tempo igual. Mas, se os programas são fundamentais e consolidam imagens e discurso, não fazem mágica.

Mágica, só com política, articulação e sobretudo vontade. E, como se tem visto na prática, uma boa dose de bruxaria ajuda um bocado.





KENNETH MAXWELL

Começando de novo



A derrota da Dilma Rousseff no domingo passado aconteceu por margem pequena, mas mesmo assim foi derrota.

A aposta de que seria capaz de vencer no primeiro turno, com o apoio de Lula, fracassou e, como consequência inevitável, a dinàmica da campanha se transformou. Lula não conseguiu converter sua imensa popularidade em apoio suficiente a Dilma.

A disputa será intensa agora, especialmente pelos votos dos eleitores que apoiaram Marina Silva e que, em última análise, negaram a Dilma uma vitória fácil no primeiro turno.

Não está de forma nenhuma claro se Dilma ou José Serra serão os beneficiários de seus votos, mas a pressão de ambas as partes pelo apoio de Marina Silva e seus partidários será intensa. O jogo vai recomeçar.

Os resultados do primeiro turno também alteraram o balanço do poder. Os governadores tucanos eleitos em São Paulo e Minas Gerais agora terão importante papel de bastidores. É bastante provável que Fernando Henrique Cardoso venha a desfrutar de influência política renovada.

Além disso, muitas figuras influentes no cenário político foram derrotadas no primeiro turno, como os senadores Tasso Jereissati, Arthur Virgílio Neto e Marco Maciel, e não voltarão a Brasília em 2011.

Nas próximas três semanas, haverá intensas negociações políticas e muitas barganhas.

Muitas promessas serão feitas, e alianças serão criadas e rompidas, exatamente o que Lula e Dilma esperavam evitar.

Será que isso tudo é bom para a democracia brasileira? Em última análise, acredito que seja. Tanto Dilma como José Serra evitaram discussões detalhadas de programas reais no primeiro turno. Será mais complicado evitar as questões difíceis agora.

Vale recordar que Marina Silva, a despeito de sua longa afiliação ao PT, deixou o governo Lula depois de uma séria disputa com Dilma quanto à política ambiental. Suas preocupações com as consequências ecológicas negativas do desenvolvimento económico não são fáceis de resolver.

Se Serra deseja conquistar os votos de Marina, terá de encontrar sua voz quanto a essas questões.

Evidentemente, o recente escàndalo na Casa Civil de Lula teve impacto na votação para Dilma. Mas, acima de tudo, Marina Silva é evangélica, e o papel dos evangélicos nesta eleição -o elemento novo mais crescente- será notável.

Os evangélicos -cerca de 30 milhões de brasileiros- conduzirão uma campanha enérgica pela internet contra Dilma por causa de seu apoio ao aborto. E com esta oposição ao aborto a Igreja Católica concorda. Isso vai dar muito trabalho para o PT.

Uma coisa é certa. A campanha já não acontecerá sob anestesia.

KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.



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