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Cronicas-->Na teclinha, no teclão: meus quase tweets -- 18/10/2010 - 14:44 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
1) Eu no Smart: este é o primeiro texto que escrevo usando no lugar em que antes estiveram caneta e papel um Smart Phone - celular com mania de grandeza. Isso deveria ser um fato tremendo, mas nem me causa espécie. A portabilidade, que seria a grande novidade nisso tudo, pouco importa para quem escreve e não tem a necessidade de enviar o texto com urgência. Ainda não twitto e vejo com desconfiança esse imediatismo da publicação dos textos de cento e pouco caracteres; as chances de escrever o que se quer e ser lido do jeito que não se pensou é muito grande nesse ambiente virtual sem tempo para o necessário amadurecimento da palavra escrita. Sem essa índole imediatista dos twitteiros e blogueiros, chego a pensar que a caneta e o papel seriam mais eficientes nesse momento.
2) Teclo, logo desisto: o teclado do Smart Phone é muito, muitíssimo, pequeno. É "qwert", o que significa que é mais fácil digitar nele do que era mandar mensagens SMS nos celulares de antes. As teclas imitam às do teclado dos computadores pessoais. Ainda assim, mesmo não tendo dedos de Maguila, tenho dificuldade em ganhar ritmo na digitação. Só é possível digitar com dois dedos, os polegares. Então os dedões ficam disputando o espaço de 55 x 32 mm medidos com régua. Acentuar é uma tarefa complicada que exige a digitação repetida da tecla correspondente à letra que se quer marcar com o acento. É um trabalhinho de relojoeiro. Que me fará, certamente, desistir de concluir esse texto por aqui. Fez...
3) De volta ao futuro-do-pretérito: deste ponto em diante, escrevo no bom e ironicamente velho computador de mesa. Estou ao futuro-do-meu-pretérito. Não me lembro de ter enfrentado qualquer problema de adaptação quando saí da Olivetti para o meu primeiro PC (sem contar, claro, o teclado chiclete do meu TK 83 Sinclair, mas aquele era mais um brinquedo que uma ferramenta de trabalho...). Meu primeiro 386 com Word era muito parecido com a máquina de escrever, com a vantagem de dispensar o Errorex, na época chamado de Liquid Paper. Escrevo aqui como se fizesse isso desde sempre. Não penso para escrever. Simplesmente escrevo. Acho que nem uso todos os dedos para digitar. Deixe-me ver... Não uso mesmo. A mão esquerda é mais habilidosa e escala quase todos os dedos para a tarefa. Já a direita, dá preferência ao dedo médio. Por algum motivo, o lado direito do meu cérebro aproveitou melhor as aulas de datilografia da Escola Industrial de Lins.
4) Muito se escreve, pouco se aproveita: vivemos mesmo uma época curiosa. Nunca se escreveu tanto como hoje. Em todo lugar é possível ver pessoas teclando algum aparelhinho: notebooks, netbooks, BlackBerrys, celulares touch screen. Todos no MSN, no Twitter e congêneres. Todos escrevendo. Nunca se escreveu tanto. Nunca se escreveu tão mal. Mal não apenas no que se refere ao respeito à norma dita culta. Cada meio faz e exige a sua norma. É...normal. Parece ser muito difícil, no entanto, desplugar o domínio da língua da capacidade de expressar ideias através da escrita. Quem domina melhor a língua se expressa com mais desenvoltura. Interessante é que, para usar o computador, todos correm em busca de cursos de informática. Para usar a língua, ninguém pensa em estudar um pouco mais. Compreensível o engodo: a informática não se aprende no berço, já a língua portuguesa (minha irmã caçula falava como locutora aos nove meses de idade...).
5) Por último: é mesmo uma tentação descrever o mundo em nossa volta através de notinhas. Haverá um twitter no meio do caminho da literatura?

Publicitário, professor e diretor do Núcleo Cassiano de Língua Portuguesa. Acha que escreveu, não leu, o pau do ferreiro com ferro será ferido, ou será que alguém mexeu na gaveta de ditados?
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