A noite chega.;
depois a madrugada que chega
e não vejo.
Apareci na praia,
tudo me encanta,
vejo montanhas.
Inspiram poesia.
Estaria no céu?
Sim,
porque tem uma serpente
que não desliza
mas voa...
Enquanto folhas verdes caem...
Sinto o meu corpo.
Árvores escorregam para o nada.
Aves, como pontinhos negros,
cruzam o espaço.
Encontrei-te,
amo-te,
olho-te todo o tempo.
É tudo vivo
e posso tocar o vento
que venta
e vai esconder-se
entre teus cabelos.
A cidade pequena, quase sem habitantes...
Eu vejo uma casa
e, pela janela,
um velho retrato de família.
Meus antepassados?
Teus velhos conhecidos?
Estás feliz...
A poesia saindo e tomando espaços
feito nuvem,
sei lá...
Sonho contigo.
Sonho ser rei na terra-paraíso que sonho.
Vejo-me.;
vejo-te,
eternos.
Célebre tempo de amor.
Louvo prostrado, Senhor!
esta noite!
Vejo-me
de mãos dadas com o tempo,
neste momento.
A cidade pequena, quase sem habitantes...
Não te conhecia,
amo-te.
Que posso dizer de ti
senão que és linda?!...
Quero tocar-te,
sou estrangeiro na viagem pelo teu corpo.
Às vezes desconfio deste amor de sonho,
mas te amo, enquanto olhas o mar que nunca acaba.
Acordo,
meu coração disparado,
sinto-me lívido.
Folhas mortas espalhadas pelo jardim.
Manhã outonal, estou só. |