Lembro-me ainda com clareza,
e hei de lembrar por toda vida,
com certeza,
da primeira leitura:
A pata nada, pata pa, nada na, pata pa pa, nada na na.
Lembro-me ainda, com clareza,
de Dona Lígia
e do pavor que eu tinha da escola.
Não era moleza.
E disso também hei de lembrar por toda vida,
com certeza.
Depois vieram outras leituras:
O dado é da Dadá...
A macaca é má...
Mas estas e tantas outras,
já não as apreendo
com a mesma destreza
com que recito,
de vez em voz,
"a pata nada".
Porque as crianças crescem,
os mestres passam,
as lições se acumulam.;
mas a saudade
é a pata que nada
no rio de nossa alma. |