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Artigos-->Carta a Manoel Monteiro -- 27/06/2003 - 19:30 (José Walter Pires) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Obs. Manoel Monteiro é um poeta cordelista dos mais atuantes e famosos do Brsil, residente em Campina Grande - Paraíba.

Mantemos uma correspondência em cordel e tenho o prazer de enviar-lhes a última carta que fiz para ele e estou aguardando com ansiedade a resposta que já deve vir pelo caminho.



Brumado, 11 de junho de 2003



Caro Manoel Monteiro

Só agora me disponho

A responder sua carta

Da demora me envergonho

Não adianta desculpa

Quem dos seus erros tem culpa

Qualquer pretexto é bisonho



Assim prezado poeta

Espero que esta missiva

Consiga manter a chama

Dessa amizade bem viva

Que de um acaso nasceu

Germinou e floresceu

Que nem árvore nativa



Por telefone me disse

Que está bem de saúde

Já refeito das mazelas

Amigo não se descuide

Peça ajuda ao Padim Ciço

Se puder faça feitiço

Mas se livre do ataúde



Também tenho meus queixumes

E dores por todo lado

Nesta idade do “condor”

Conforme diz o ditado

Se morrer for um descanso

E na labuta me canso

Prefiro viver cansado



Só precisamos poeta

De saúde e nada mais

O resto conquistaremos

Com os nossos ideais

Que nos motivam à luta

E nisso somos batuta

Cada qual sabe o que faz



Vou parar com este agouro

E falar de amenidade

Das alegrias da vida

De um belo cair da tarde

Contar as nossas histórias

Que nos deram tantas glórias

De lembrar tenho saudade





Recebi os seus cordéis

Como sempre primorosos

Faço deles propagada

Para mim são valiosos

Bem feitos e criativos

São também educativos

Com motivos sempre novos



Também nossa Promotora

Recebeu os enviados

E com certeza os cinqüenta

Já foram depositados

Pela compra que foi feita

Ficou muito satisfeita

Nos deixando enciumados



É belo ter por missão

Produzir literatura

Semear conhecimento

Aprimorar a cultura

Quem mais sabe pode mais

E saber nunca é demais

Esta é a grande ventura



Você Manoel Monteiro

É poeta autodidata

Com a sua maestria

Conquistou a sua carta

Na Faculdade da vida

Cuja lição aprendida

Nos seus folhetos retrata



Monteiro já lhe falei

Da minha vida itinerante

Também na estrada da vida

Do saber sou viajante

Como disse a Tiãozito

Me dá prazer e repito

Não me canso um só instante



Mas tenho uma novidade

Me permita lhe contar

O mano Moraes Moreira

Acaba de musicar

Meu cordel do analfabeto

Escrito com todo afeto

Para o mal denunciar



Aconteceu em Brasília

Onde o meu querido irmão

Cantando em noite de show

Provocou uma ovação

Reclamando deste abismo

Que é o analfabetismo

E merece solução



Naquela noite feliz

Estava lá o Ministro

Prestando muita atenção

Ouvindo aquele registro

Pediu emocionado

Que o xote fosse doado

Para dar fim no sinistro



Então Moraes respondeu

Ministro quero falar

Antes com meu irmão

Que mora em outro lugar

Este cordel não é meu

Foi ele quem escreveu

Só fiz mesmo musicar



Depois Moraes me ligou

Falando do acontecido

Pedindo autorização

Para atender o pedido

O cordel do analfabeto

Como hino do Projeto

Também por mim foi cedido



Você um dia me falou

Que o músico é diferente

Do cantador nordestino

Quando canta o seu repente

Fugindo deste preceito

Moraes compôs do seu jeito

Dando ao Brasil um presente



Fico torcendo Monteiro

Para nada dar errado

E que o ato do Ministro

Seja mesmo efetivado

Ninguém mais analfabeto

Com terra, trabalho e teto

Em cidadão transformado





Vemos agora o Brasil

Transbordando de esperança

Por todo canto se fala

No governo da mudança

Que a fome vai se acabar

O sertão vai virar mar

E tudo será bonança



Não falo por ironia

Disso tenho consciência

Para tudo que começa

É preciso paciência

Planejando com cuidado

Cada passo desejado

Dando exemplo de prudência



Será grande o desafio

Para o nosso Presidente

Educação sempre mal

Saúde sempre doente

Desemprego epidemia

Violência uma orgia

E uma justiça demente



Sem-terras esperando

A justa reforma agrária

Reforma da Previdência

E também a tributária

Inflação, custo de vida

Sem nos esquecer da dívida

Com a Nação usurária



Combate a corrupção

Que se espalha feito praga

Pois quando menos se espera

Um político naufraga

Verdadeiro mar de lama

Onde muitos criam fama

E toda mídia propaga



Deputados e senadores

Em busca de mais poder

Legislam em causa própria

Pois nada querem perder

Em nome da mordomia

Fazem qualquer parceria

Deixando o povo a mercê



Mas chega desses lamentos

Que por demais conhecemos

Falar de nada adianta

Pois só vale o que fazemos

Cumprindo o nosso dever

De construir com prazer

O Brasil que merecemos.



Vou despedir meu amigo

Porque escrevi demais

Remetendo de presente

O xote que fez Moraes

Simples contribuição

Que demos à educação

Como você também faz.



Um grande abraço



Zewalter



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