No correr dos anos, Ribeirão Preto vem perdendo alguns barulhos de movimento, progresso e socialização cultural.
Com o advento da indústria automobilística e a substituição das ferrovias por Ônibus, o a sinfonia e apitos das locomotivas sumiram no tempo...
Muito pouco durou na linha de passageiros a locomotiva à diesel.
Os carrinhos dos leiteiros pelo calçamento de pedra (paralelepípedos) deixaram de marcar as quatro horas da manhã e as garrafas passaram a ser sacos...
A qualidade do leite é marcante, perdeu o sabor.
É aquoso e caro a cada dia.
As fábricas com o seu apito (à Noel Rosa)estão deixando de existir:
-foram-se os da Matarazzo/Ciane,o da fábrica de vidros,da fábrica de calçado, os do frigoríficos municipal e Morandi,da Anderson Cleyton,os relógios mais pontuais da cidade,os da Cervejaria Paulista-Niger e a velha sirene que da Cervejaria Paulista passou para Antarctica...
Emudece hoje, falida,a sirene mais antiga linha de tempo da cidade...
A tristeza toma conta pois era marca da indústria e comércio da cidade... As construções das indústrias vazias ficam hoje nom mesmo patamar dos velhos galpões ferroviários... A história vai perdendo pouco a pouco sua antiguidade de noviça da região, é uma das mais novas. Creio que hoje só resta dos barulhos de antigamente a beleza dos sinos do Santuário do Rosário e à distância da Catedral... Talvez devamos construir prédios novos nessas áreas para que o povo possa sentir mais de perto o centro da cidade...
A velha cidade do café até na sua avenida o café sumiu... Os tempos mudaram-se...O chope fazia algum tempo não era mais o mesmo... A nossa água tão badalada perdeu sua "äntiga química"... Nas torneiras saem com exagero de produtos (cloro?) e parece a água de lavagem de arroz... Na Ribeirão Preto tudo é quase novo como o hino que só tem 47 anos, o teatro apenas 70 e os momumentos inexistem... O do Padre Euclides? O que fizeram dele? As estátuas da praça Camões? A velha Estação, poucas fotos? Não temos a tradição do Barracão como bairro... Pergunto-me ,existem esses dois bairros na cartografia da cidade: Campos Elíseos e Ipiranga? Creio que não!
Que nessas áreas imensas surjam novos prédios à exemplo daquele que está na Álvares Cabral entre a rua General Osório e São Sebastião...Enquanto isto na poesia dente-de-leite o poeta canta: