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Artigos-->A MUDEZ DA VELHA SIRENE -- 29/06/2003 - 11:17 (NILTON MANOEL) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MUDEZ DA VELHA SIRENE



No correr dos anos, Ribeirão Preto vem perdendo alguns barulhos de movimento, progresso e socialização cultural.

Com o advento da indústria automobilística e a substituição das ferrovias por Ônibus, o a sinfonia e apitos das locomotivas sumiram no tempo...

Muito pouco durou na linha de passageiros a locomotiva à diesel.

Os carrinhos dos leiteiros pelo calçamento de pedra (paralelepípedos) deixaram de marcar as quatro horas da manhã e as garrafas passaram a ser sacos...

A qualidade do leite é marcante, perdeu o sabor.

É aquoso e caro a cada dia.

As fábricas com o seu apito (à Noel Rosa)estão deixando de existir:

-foram-se os da Matarazzo/Ciane,o da fábrica de vidros,da fábrica de calçado, os do frigoríficos municipal e Morandi,da Anderson Cleyton,os relógios mais pontuais da cidade,os da Cervejaria Paulista-Niger e a velha sirene que da Cervejaria Paulista passou para Antarctica...

Emudece hoje, falida,a sirene mais antiga linha de tempo da cidade...

A tristeza toma conta pois era marca da indústria e comércio da cidade... As construções das indústrias vazias ficam hoje nom mesmo patamar dos velhos galpões ferroviários... A história vai perdendo pouco a pouco sua antiguidade de noviça da região, é uma das mais novas. Creio que hoje só resta dos barulhos de antigamente a beleza dos sinos do Santuário do Rosário e à distância da Catedral... Talvez devamos construir prédios novos nessas áreas para que o povo possa sentir mais de perto o centro da cidade...

A velha cidade do café até na sua avenida o café sumiu... Os tempos mudaram-se...O chope fazia algum tempo não era mais o mesmo... A nossa água tão badalada perdeu sua "äntiga química"... Nas torneiras saem com exagero de produtos (cloro?) e parece a água de lavagem de arroz... Na Ribeirão Preto tudo é quase novo como o hino que só tem 47 anos, o teatro apenas 70 e os momumentos inexistem... O do Padre Euclides? O que fizeram dele? As estátuas da praça Camões? A velha Estação, poucas fotos? Não temos a tradição do Barracão como bairro... Pergunto-me ,existem esses dois bairros na cartografia da cidade: Campos Elíseos e Ipiranga? Creio que não!

Que nessas áreas imensas surjam novos prédios à exemplo daquele que está na Álvares Cabral entre a rua General Osório e São Sebastião...Enquanto isto na poesia dente-de-leite o poeta canta:

Ribeirão Preto

das palmeiras republicanas

antiga terra do café

e hoje da cana...

Terra de imenso progresso

sucesso,

mas na vida comercial...

celeiro de universidades particulares

e poucas públicas...

terra de mesas à calçada

para o espeto de carne

e caneca de cerveja...

Cidade das calçadas tomadas

por portões que se abrem para fora,

construções férreas de garagens,

e floreiras sobre o passeio público...

Calçadas fora de padrão e nível,

cidade do passado,

orgulho do presente...

Que saudade de minha cidade

quando o verde das praças

era mais robusto...

e o cidadão podia tranquilo

ver a vida circular...

Foi-se o tempo da boiada

veio o tempo da gasolina

foi o telefone de manivela

veio o fone celular...

O coreto foi deturpado

e o recanto do poeta,

nos museus

só dá chorinho...





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